Mariana Carneiro e Guilherme Seto
Folha
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A Secretaria de Comunicação do governo Jair Bolsonaro apagou um tuíte em que dizia que a “hidroxicloroquina é o tratamento mais eficaz contra o coronavírus atualmente disponível”.
Estudos científicos diversos têm mostrado que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina não tem eficácia no tratamento do coronavírus e, mais que isso, pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.
NOVO PROTOCOLO – Mesmo assim, o governo Bolsonaro publicou novo protocolo para uso de cloroquina, ampliando sua possibilidade de aplicação também para pacientes com sintomas leves.
“O Brasil ganhou mais uma esperança no tratamento do coronavírus. O Ministério da Saúde adotou um novo protocolo para receita da cloroquina/hidroxicloroquina. O medicamento, que já é adotado em diversas partes do mundo, é considerado o mais promissor no combate à Covid-19”, dizia a mensagem apagada pelo Ministério da Saúde.
No Twitter, centenas de usuários relataram ter denunciado a publicação como “incitação ao suicídio”, na tentativa de que a plataforma excluísse o conteúdo. No entanto, antes que o Twitter tomasse qualquer decisão, a Secom presidencial apagou a mensagem.
FAKE NEWS – Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, disse nesta quinta-feira, dia 21, que a rede social está removendo informações falsas sobre o coronavírus e deu o exemplo sobre a exclusão de publicação de Bolsonaro. O Facebook retirou uma alegação do presidente brasileiro de que os cientistas “mostraram” que havia uma cura para o coronavírus.
“Isso obviamente não é verdade e é por isso que a removemos. Não importa quem diga isso”, disse Zuckerberg, em entrevista à rádio pública britânica BBC. O Facebook removerá da plataforma todo o conteúdo que cause “dano imediato” a qualquer usuário, acrescentou Zuckerberg. No final de março, Facebook e Instagram removeram vídeo publicado por Bolsonaro por violação das regras das redes sociais.