Willy Sandoval
Discordo com relação a segurar os preços da Petrobrás sem dar satisfação ao ministro Guedes. Segure mais uma semana vá lá, mas convoque reuniões que tem que ser decisiva para se chegar a decisões. Se houver aumentos nos preços internacionais do petróleo e/ou desvalorização do real perante o dólar passa a ser inevitável a correção nos preços dos combustíveis.
A chave para solução desses problemas reside na CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico), que tem que ser um colchão para amortização de preços. Se o dólar e o preço do petróleo internacional subirem, diminui-se a aliquota para segurar os preços; e se acontecer o contrário, os preços não devem cair muito também. Além disso segue abaixo uma idéia já exposta aqui nessa Tribuna na época da greve dos caminhoneiros em maio/junho de 2018.
SEM SUBSÍDIO – É uma sugestão para não se adotar uma estúpida política de subsidio ao diesel das pick-ups dos playboys , até mesmo porque isso contraria frontalmente todas as idéias e diretrizes do ministro Paulo Guedes, um liberal por excelência. Mais uma vez, equivocadamente um governante (Bolsonaro) declara que não vai deixar subir o preço do diesel, claro, sem a concordância de seu “poderoso” ministro da Economia (conforme declarado nos EUA, onde se encontra hoje). A resposta das forças de mercado foi avassaladora, a Petrobrás caiu mais de 7% hoje.
Pressionado pela greve o governo tomou a pior decisão possível, retirando praticamente todos os tributos em cima de um combustível totalmente inadequado em termos ambientais, subsidiando assim até mesmo playboyzinhos com suas pick-ups e peruas SUV a diesel, para que possam desfilar imponentes pelas ruas e avenidas das grandes e pequenas cidades do país..
TEM DE SER CARO – O principal motivo para essas infelizes decisões, foi a situação insustentável de milhares de caminhoneiros autônomos. Digo já de antemão, que o diesel tem sim que ser bem caro como em boa parte dos países civilizados do mundo, que incentivam cada vez mais o uso de veículos elétricos e até mesmo os EUA tornou o pró-alcool deles muito mais eficiente do que o nosso, graças a nossa já tradicional incompetência e irresponsabilidade governamentais.
Sim, o diesel tem que ser caro mesmo, principalmente com a tributação principal sendo feito através de um tributo como a CIDE, que terá uma função arrecadatória para fundos especiais a serem criados e também um tributo arrecadatório.
E aí como é que fica a situação dos milhares de caminhoneiros autônomos esmagados num regime de livre concorrência por tributos altos, por pedágios, pela manutenção dos caminhões castigados pelas péssimas condições de muitas estradas, pela carga muitas vezes desumanas de trabalho, etc, etc…
MINHA SUGESTÃO – Fico até surpreso de não ter visto ninguém até o momento lançar alguma proposta mais inteligente para minorar o sofrimento dessa importantissima classe tão sofrida. Pois vai aqui minha sugestão:
– Criação de uma espécie de bolsa caminhoneiro autônomo. Já existe uma estrutura parecida com o bolsa familia. Basta o caminhoneiro abrir uma conta na CEF ou no BB, provar o gasto com o diesel e com pedágios em seus fretes contratados, e teria o total ou uma parte de seus gastos cobertos pelo Governo Federal.
– Isso poderia ser feito inclusive com recursos da CIDE.
– Mas não deveria valer para transportadoras e para frotas, pois esse pessoal tem todas as condições de passar seus custos para os contratantes, bem diferente da desprotegida classe dos caminhoneiros autônomos. Talvez pudéssemos incluir também os perueiros escolares, cada caso poderia ser estudado, mas nunca beneficiando grandes transportadoras e frotas de grandes empresas.
Não ganho nada propondo ideias como essa, mas vou ficar feliz se menos passarem a ser discutidas. Afinal de contas, o governo com milhares de assessores e “aspones”, é incapaz de propor qualquer coisa razoável, está sempre reagindo mal e, pressionado, acaba tomando as piores decisões.