Posted on by Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Reportagem de Carolina Freitas, Hugo Passarelli e André Guilherme Vieira, edição de ontem do Valor, destaca a opinião do deputado Rodrigo Maia sobre o ingresso de seu partido (o DEM) no governo, quando condicionou esse apoio à participação do Democratas na gestão de Bolsonaro, incluindo a presença da legenda na agenda econômica do Palácio do Planalto.
A meu ver, o presidente da Câmara dos Deputados, para confirmar sua posição, não deve se tornar um articulador do Executivo, uma vez que preside a casa onde convivem diversas legendas e pensamentos diferentes. Não pode misturar as estações.
SEM INTERFERIR – Rodrigo Maia pode incluir projetos de interesse do Planalto na pauta de votações. Mas não deve colocar-se como alguém influente para o desfecho das votações.
De acordo com a reportagem, Rodrigo Maia sustentou que, para o DEM fazer parte oficialmente do governo Bolsonaro, é necessário que representantes do partifo tenham participação na área econômica do Executivo. Rodrigo Maia tentou compatibilizar a inclusão de matérias na ordem do dia da Comissão de Constituição e Justiça, com o desfecho da decisão que ocorreu na noite de segunda feira.
O presidente da Câmara reconheceu que seu partido possui três ministros na Esplanada de Brasília: Onyx Lorenzoni, Luis Mandetta e Tereza Cristina. Ressaltou, entretanto, que Onyx Lorenzoni foi escolha pessoal do presidente Bolsonaro.
RECLAMAÇÃO – Após admitir que os outros dois ministros foram indicações do partido, mesmo assim Maia reclamou que o governo não convoca as figuras partidárias para discutir a agenda econômica, alegando que não se pode apoiar sem que se saiba qual o objetivo de projetos governamentais.
Lembrou Maia que o partido passou doze anos dando apoio ao PT, e a diferença entre ontem e hoje é que na administração petista a legenda era chamada para discutir projetos e metas.
Penso eu que, nessa altura dos acontecimentos, a comparação que Maia fez entre o alinhamento com o PT e o panorama atual torna-se um obstáculo para o relacionamento entre o partido e o poder.
OUTRO ASSUNTO – As repórteres Maria Regina Silva e Taís Barcelos, O Estado de São Paulo, sustentam que a economia brasileira pode ter recuado no trimestre.
O recuo não foi apenas em relação ao PIB anterior, mas agravado pelo fato de o Produto Bruto ter ficado abaixo do índice do crescimento demográfico, que foi de 1%.