Posted on by Tribuna da Internet
Carlos Newton
O jornalista Gerd Wenzel, nascido na Alemanha, colunista da Deutsche Welle, rádio estatal alemã, e ex-comentarista da ESPN Brasil, denuncia que o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, está repetindo o discurso dos nazistas liderados por Adolf Hitler na década de 1930, ao afirmar que “os comunistas” são donos dos bancos, das grandes empresas e da imprensa no país”. Diz o jornalista que o discurso é “plágio dos anos 30 na Alemanha: é só trocar ‘comunistas’ por ‘judeus'”.
Afirma Ger Wenzel, no site 247, que na Alemanha de Hitler, ao invés dos comunistas, o alvo do mesmo discurso usado hoje pelo ministro Weintraub eram os judeus, que por acaso também é judeu.
COMPARE – O jornalista sugere que se compare o que disse o novo ministro, em palestra concedida em 2018, e o que diziam os nazistas, na década de 30.
Segundo o novo ministro Abraham Weintraub: “Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios.”
O que diziam os nazistas em 1930: “Os judeus são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios.”
MALES DA ALEMANHA – Segundo o ex-comentarista da ESPN, Hitler atribuía os males da Alemanha ao suposto fato de os judeus controlarem os meios de comunicação e o sistema financeiro. Com isso, escolheu um bode expiatório, os judeus, que se tornaram alvo preferencial da perseguição nazista.
Na essência, o ministro Weintraub faz exatamente o mesmo, ao fazer a falsa denúncia de que as famílias Marinho, Mesquita, Frias, Safra, Setúbal, Moreira Salles, Lemann, Ermírio de Moraes e tantas outras, seriam todas comunistas e têm o mesmo objetivo de assumir o poder, da mesma forma que os nazistas lançaram acusação similar aos judeus na Alemanha, diz o site 247, ao reproduzir as afirmações do jornalista Gerd Wenzel.
“Em 1930, criou-se na Alemanha uma onda de antipatia e repulsa que deu condições políticas à perseguição brutal, cujo ápice foi o holocausto ou shoá, na qual morreram mais de 6 milhões de judeus. É o mesmo método, que o novo ministro agora usa contra os comunistas”, diz o jornalista.