Fraudes em licitações e contratos públicos tornaram-se comuns, e cabe também à sociedade denunciar irregularidades e fiscalizar o uso de recursos públicos. Mas, como proceder?
Na última terça-feira (9/4), o Ministério Público Federal (MP) deflagrou a operação “Container”, que investiga um grupo de empresários suspeito de praticar fraudes no Distrito Federal. Segundo as investigações, o grupo realizava o pagamento de propina de R$ 1 mi em troca de cada instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no DF. A operação cumpre 43 mandados de busca em quatro estados e no DF. Há envolvimento, inclusive, de servidores públicos. Em casos como este, o cidadão pode atuar como fiscalizador, e há formas de comunicar às autoridades qualquer irregularidade à vista.
Já em Pernambuco, a Polícia Federal iniciou a segunda fase da operação “Pescaria”. O objetivo é desarticular uma associação criminosa que fraudava processos licitatórios em várias cidades do estado. As investigações indicam que uma empresa de fachada, pertencente a um dos integrantes do esquema, era escolhida para realizar a construção de unidades básicas de saúde, porém, sem possuir capacidade técnico-operacional.
São comuns os casos de irregularidades em processos licitatórios e contratos públicos que vêm à tona. O direcionamento de licitações a empresas ou grupo de empresas, a falta de publicidade, a dispensa indevida e preços superiores aos do mercado são algumas irregularidades que impedem a aplicação de recursos públicos de forma responsável e transparente, como destaca Antônio Acioly, advogado especialista em direito público com ênfase em licitações e contratos, da UGP Brasil. Ele também aponta alguns canais de denúncia que podem ser utilizados pela sociedade.
“É também um papel do cidadão e das empresas fiscalizar a utilização do dinheiro público. Diante de uma irregularidade, existem formas de denunciar, como mediante o envio de representações, notícias de irregularidades e pedidos de informação processual às autoridades competentes. Tal direito, assegurado na Constituição Federal, garante a qualquer cidadão provocar os poderes públicos a fim de encaminhar denúncias e obter informações da Administração Pública. A Lei de Acesso à Informação, sancionada em 2012, reforça esse direito”, destaca o especialista.
Cidadãos que verificarem algum tipo de irregularidade podem procurar o controle interno do órgão responsável pela licitação e execução do contrato e notificar tal fato. Algumas instituições, inclusive, possuem canais exclusivos para este tipo de serviço, como é o caso da Controladoria-Geral da União, que dispõe em seu site o canal “Participação Social”, em que é incentivada a comunicação entre a sociedade e a Administração Pública.
Os tribunais de contas, em níveis federal, estadual ou distrital, também atuam como agentes fiscalizadores dos recursos públicos e podem receber reclamações e informações sobre irregularidade em licitações e contratos da Administração Pública com o setor privado. Os tribunais são chamados de Órgãos de Controle Externo. Um exemplo é o Tribunal de Contas da União, que possui o espaço “Manifeste-se”, uma área virtual para denúncias no site do órgão.
Outros agentes fiscalizadores são o Ministério Público Federal (MPF) e os ministérios públicos estaduais, que também fiscalizam o cumprimento da lei e as licitações e contratos administrativos. No caso do MPF, o órgão possui um site específico para denúncias e informações sobre o combate à corrupção.
Confira a quem procurar, caso queira denunciar algum tipo de irregularidade no setor público, de acordo com o especialista Antônio Acioly:
Irregularidades nos órgãos federais: reportar à secretaria de controle interno do próprio órgão federal, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal.
Irregularidades nos órgãos estaduais e DF: reportar à secretaria de controle interno do próprio Estado ou DF, Tribunal de Contas do Estado, Procuradoria Geral do Distrito Federal ou dos estados e Ministério Público Estadual.
Irregularidades nos órgãos municipais: reportar à secretaria de controle interno do próprio Município, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas do Município, se houver, Procuradoria Geral do Município e Ministério Público Estadual.
Existem ainda diversas organizações da sociedade civil que auxiliam no combate à corrupção, fraudes em licitações e na prestação de serviços a sociedade. No site “Agentes Voluntários Brasil” é possível visualizar uma série de ONGs que trabalham no combate à corrupção. O site dispõe ainda de outras formas de se comunicar denúncias em caso de fraudes à licitações e contratos públicos.
https://www.jornalcontabil.com.br
Nota da redação deste Blog - Esse ARTIGO é para vocês jeremoabenses que nas esquinas e nas redes sociais comentam os atos irregulares da Administração Municipal ou qualquer outro órgão público; e. também a própria justiça. Aí está o GPS o Mapa da Mina, exerça seu direito de cidadania para depois reclamar.
Lembrem-se que ninguém esta acima da Lei.