Daniela LimaFolha/Painel
Para além dos R$ 32 bilhões que custou ao valor de mercado da Petrobras, a intervenção de Jair Bolsonaro na política de preços da estatal levou à mais acentuada inflexão na confiança de agentes privados no governo. A avaliação é de analistas e políticos com influência no setor financeiro. Com o gesto, o presidente alimentou não só a percepção de que a ascendência de Paulo Guedes (Economia) sobre ele tem teto baixo, como também minou a imagem de liberal que captou apoio na campanha.
Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes de caminhoneiros, conta que eram cerca de 16h30 de quinta-feira (dia 11) quando disparou mensagens a Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Floriano Peixoto (secretário-geral da Presidência) com indicativo de greve, caso houvesse aumento no diesel.
TUDO CERTO – Onyx prometeu resolver. Por volta das 22h, Chorão soube por funcionários da Casa Civil que o Planalto havia suspendido o reajuste.
Por volta das 16h desta sexta-feira (dia 12), um integrante da cúpula do Ministério da Economia se recusava a admitir a hipótese de que Bolsonaro pudesse tomar medida desse porte sem falar com Paulo Guedes. “Seria muito grave. Ele não faria isso”, repetia.
Às 19h, quando já estava claro que o ministro de fato não havia sido consultado, o discurso mudou. “A Petrobras está vinculada ao Ministério de Minas e Energia.”
RURALISTAS – Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária receberam sinais da intervenção na Petrobras no fim da tarde de quinta-feira (dia 11).
Nem eles, umbilicalmente ligados ao tema, celebraram. O canal direto dos caminhoneiros com a Casa Civil causa apreensão aos ruralistas – assim como o fato de o governo ter cedido logo à pressão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o mercado estava achando que mandava no governo. Mas foi um engano, na verdade ninguém manda no governo, nem mesmo os norte-americanos, incluindo Donald Trump e Olavo de Carvalho, porque o presidente Bolsonaro é absolutamente imprevisível. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o mercado estava achando que mandava no governo. Mas foi um engano, na verdade ninguém manda no governo, nem mesmo os norte-americanos, incluindo Donald Trump e Olavo de Carvalho, porque o presidente Bolsonaro é absolutamente imprevisível. (C.N.)