Antonio Rocha
Escrevo estas linhas enquanto vejo, com tristeza, o fogo consumir a Catedral de Notre Dame, em Paris, e tenho uma experiência familiar com a bela igreja francesa. Acredite se quiser. Lembro, antes de mais nada, do famoso romance clássico de Victor Hugo,“O Corcunda de Notre Dame”, publicado em 1831, traduzido em muitas línguas, vertido para o cinema, mais de uma vez e também várias peças teatrais para adultos, crianças e jovens em vários países.
Sigamos então para minha crônica familiar, que começa há alguns anos, quando um sobrinho, jornalista, foi com a esposa para a capital dos franceses, passar um temporada, enquanto ela fazia doutorado em Ciência Política.
UMA CHATICE – Jovens ateus, não acreditavam em nada, pelo menos, nunca conversamos sobre assuntos transcendentais. Os três primeiros meses em Paris estavam um horror, uma chatice, nada dava certo, tudo era uma difícil e já estavam pensando em voltar.
Perdiam-se na burocracia de documentos que a Universidade solicitava, no aluguel do imóvel, no barzinho onde tomavam o café da manhã… um sufoco.
Fui alertado por outra parenta que já morava em outra cidade da França e fazia o seu doutorado, mas não tinham maiores problemas. O marido dela era também jornalista, estava tudo bem com eles.
UM PEDIDO – Via e-mail conversei com o sobrinho e escrevi mais ou menos assim: “Peço que você me façam um favor, fulano, lembre-se de que sua avó, minha sogra, era muito católica, muito religiosa e ela esteve na Igreja de Notre Dame rezando pela família e assistindo missa. Então vocês vão lá, entrem, sentem e relaxem”.
Aproveitei para ensinar um pouco de meditação budista, para prestarem atenção através da respiração. Disse que não precisava que assistissem à missa, mas se na hora estiver acontecendo, assistam e peçam permissão à Nossa Senhora e a Santa Genoveva e São Denis, padroeiros de Paris, para residirem e estudarem o tempo que for necessário na bela cidade.
Expliquei essa petição justifica-se pelo que chamamos de “Espíritos Territoriais”, pois cada cidade, cada região é regida por uma energia que pode ser um santo ou santa e assim ao entrarmos na localidade, sempre é bom pedirmos permissão e proteção para moradia. E pedi que agradecessem também aos nossos antepassados, pois alguns deles estudaram e moraram em Paris e assim o vínculo de gratidão será efetuado.
RESPEITO À FÉ – Eu não sou católico, não sou cristão, contudo, respeito demais esta forma de Fé Ocidental, Vaticana. Sou budista, mas sei que do outro lado, em dimensão invisível aos olhos materialistas, eles, seres do Oriente e do Ocidente se entendem muito bem. E eu daqui, também ficarei orando e pedindo bênçãos para vocês e agradecendo sempre.
Coincidência ou não, tudo correu maravilhosamente bem; as portas se abriram, ela fez um excelente doutorado e hoje é professora concursada da UFRJ, em Ciência Política.
Então, neste momento de tristeza quando vejo as chamas derrubarem uma das torres da Catedral de Notre Dame, lembro da minha gratidão a este espaço sagrado.
Desculpem os leitores (não precisam ler, não se obriguem) que não gostam do tema. O assunto está mais para a TI = Teologia IntercontinenTao.