Sérgio DávilaFolha
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta sexta-feira (dia 5) que o regime de capitalização, previsto na reforma previdenciária enviada à Câmara, pode ser retirado durante a tramitação da proposta. Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, ele ressaltou que se a medida tiver uma reação negativa no Poder Legislativo, ela pode ser retirada. A Folha foi convidada para o encontro. “Se tiver reação grande, tira da proposta. Alguma coisa vai tirar, tenho consciência disso”, afirmou.
A adoção do regime decapitalização tem sido criticada inclusive por partidos simpáticos ao presidente. Para eles, a iniciativa não é factível.
GUEDES DEFENDE – Em depoimento na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), na última quarta-feira (dia 3), o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a capitalização e disse que ela segue “princípios saudáveis”.
No café da manhã, Bolsonaro disse ainda que não entende de economia e ressaltou que foram os economistas quem “afundaram o Brasil”.
“Minha sugestão é evitar mais dispositivos na PEC. Teto e tempo de serviço são mais importantes, o resto é depois”, disse.
REDES SOCIAIS – ‘Quem tem minha senha tem minha confiança’, diz Bolsonaro sobre uso de rede social, sem revelar quem também opera suas páginas, mas disse que respalda os conteúdos.
“No meu Twitter, é responsabilidade minha. Quem tem minha senha tem minha confiança. Não sou eu que posto (algumas vezes), mas dou o aval”, disse Bolsonaro, no café da manhã com jornalistas.
Questionada pela Folha recentemente, a assessoria de comunicação do presidente vinha se negando a informar se mais alguém, além de Bolsonaro, tem a senha de suas redes sociais.
POLÊMICAS – Nos três primeiros meses de mandato, Bolsonaro criou polêmicas quando, por exemplo, divulgou vídeo com imagens obscenas e compartilhou crítica enviesada a uma repórter.
Segundo o presidente, o que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publica em suas redes sociais é de responsabilidade dele, não do Palácio do Planalto. “O que meu filho posta é responsabilidade dele. Ali é liberdade de imprensa pura. Não é canela. É pescoço para baixo”, disse.
A queda do advogado Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral, em fevereiro, ocorreu após o vereador tê-lo chamado de mentiroso pelo Twitter em meio ao escândalo das candidaturas de laranjas do PSL, revelado pela Folha.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essas entrevistas coletivas são ótimas, aproximam o presidente dos jornalistas e desanuviam o clima. Não existe democracia sem imprensa livre. É uma realidade inquestionável. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essas entrevistas coletivas são ótimas, aproximam o presidente dos jornalistas e desanuviam o clima. Não existe democracia sem imprensa livre. É uma realidade inquestionável. (C.N.)