Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quarta-feira, janeiro 30, 2019

Depoimentos dos engenheiros mostrarão que a culpa é da diretoria da Vale


Resultado de imagem para brumadinho
Centenas de covas são cavadas para as vítimas em Brumadinho
Carlos NewtonFolha
A esperança dos brasileiros continua sendo estimulada pela nova geração de juízes da primeira instância. Com o país tomado pela comoção social e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, denunciando que houve um genocídio, a juíza Perla Saliba Brito, como plantonista do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, deu uma decisão histórica ao autorizar a prisão dos engenheiros que atestaram a segurança da barragem e dos funcionários da Vale que eram responsáveis pela mineração em Brumadinho.
A juíza mandou prender os três engenheiros que vistoriaram a barragem – André Jum Yassuda e Makoto Namba, da empresa alemã Tüv Süd Brasil, e César Augusto Paulino Grandchamp, da própria Vale, que também assinou o laudo. Além deles, foram presos Ricardo de Oliveira e Rodrigo Arthur Gomes de Melo, funcionários da Vale que eram os coordenadores da mineração em Brumadinho.
CULPADOS OU NÃO? – Ainda não se sabe até que ponto os três engenheiros podem ser considerados responsáveis pela tragédia, mas a magistrada mineira fez bem em prendê-los, porque seus depoimentos irão demonstrar a exata responsabilidade de cada um.
O laudo foi assinado por Yassuda, Namba e Grandchamp, que afirmaram ter comprovado a estabilidade das barragens, “informando que aludidas estruturas se adequavam às normas de segurança”, como salientou a juíza, na ordem de prisão.
Mas isso não significa que tenham dado respaldo técnico a que fossem revolvidos os rejeitos contidos na barragem do Córrego do Feijão, para reaproveitamento do minério contido nos resíduos, conforme na realidade viria a ocorrer, provocando a tragédia.
A MAIOR DÚVIDA – Este é o ponto crucial da questão: 1) A Vale apenas encomendou aos engenheiros uma avaliação das condições de segurança da barragem, com as atividades suspensas? 2) Ou foi informado a eles que a Vale pretendia reaproveitar os resíduos, desenvolvendo uma operação pesada que importaria em uso de guindastes e retroescavadeiras para revolver o fundo da barragem, ameaçando sua estabilidade?
Essa dúvida é muito fácil de esclarecer e será imediatamente dissipada no depoimento inicial dos engenheiros, que podem alegar desconhecer a pretensão da Vale de reaproveitar os resíduos. Neste caso, a culpa será exclusivamente da direção da empresa, sem ser compartilhada com os engenheiros que assinaram o laudo.
CULPA DA DIRETORIA – Se no laudo os três avaliadores não mencionaram expressamente que a barragem do Córrego do Feijão estaria segura para retomada da mineração e também para reaproveitamento dos resíduos, a situação muda inteiramente de figura.
A responsabilidade/culpa pela tragédia passa a ser exclusivamente da diretoria e de seus representantes na mineração, os funcionários Ricardo de Oliveira e Rodrigo Arthur Gomes de Melo. Nessa hipótese, deve-se apurar, então, se tinham conhecimento apenas do limitado alcance dos laudos técnicos e se os riscos lhes foram sonegados, já que também poderiam ter morrido junto com os mais de 300 empregados que naquele momento se encontravam a jusante da barragem.
Seja qual for o teor dos depoimentos dos cinco presos, a única coisa certa é que principal responsabilidade recai sobre a direção da Vale, que reativou a mineração sem se preocupar com as consequências.
###
P.S. 
– Dizer que estava inativa uma mina onde havia quase mil trabalhadores, conforme fez o presidente Fábio Schvartsman, é uma agressão ao bom senso. Deveria ser preso liminarmente assim que deu essa declaração ao Jornal Nacional. (C.N.)

Em destaque

Livro mostra como pensadores alemães influenciaram abolicionistas dos EUA

Publicado em 6 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Hélio Schwartsman Folha No Reino Unido, os religiosos...

Mais visitadas