Guilherme Mazui e Fabiano Costa,G1 — Brasília
A recuperação da cirurgia de Bolsonaro ocorrerá na semana em que ocorrerá a retomada das atividades parlamentares no Congresso Nacional. Na sexta-feira (1º), deputados e senadores eleitos em outubro vão tomar posse para a próxima legislatura. No mesmo dia, serão eleitos os presidentes da Câmara e do Senado para os próximos dois anos. A expectativa, neste momento, é de que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reeleja. Ele tem o apoio declarado de 12 partidos, entre os quais o PSL de Bolsonaro.
No Senado, entretanto, o desfecho ainda é imprevisível. A eleição que escolherá o sucessor de Eunício Oliveira (MDB-CE) poderá ter recorde de candidatos. Até agora, oito senadores são cotados para disputar o comando da Casa, entre eles o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL).
ESTÃO DE OLHO – Apesar de o Palácio do Planalto repetir que não vai se envolver nas eleições internas do Legislativo, integrantes da área política do governo estão de olho no processo. A preocupação do Executivo federal é com a possibilidade de alguém não afinado com o Planalto assumir o controle das casas do parlamento.
Renan Calheiros, por exemplo, é visto por integrantes do Planalto e da futura base governista de Bolsonaro como um risco à governabilidade, em razão de ser considerado um político independente que poderia gerar dificuldades para a aprovação de pautas consideradas cruciais para o novo governo, como a aprovação da reforma da Previdência. Oficialmente, contudo, o senador de Alagoas nega que vá disputar o comando do Senado mais uma vez.
Os presidentes da Câmara e do Senado têm o controle da pauta legislativa. São eles que decidem quais assuntos são colocados em votação e quando os temas serão votados.
BOLSONARO ACOMPANHA – Durante os dias em que estiver internado, o presidente Bolsonaro vai acompanhar as eleições para o comando da Câmara e do Senado. Além disso, Bolsonaro vai monitorar do hospital os desdobramentos e os trabalhos de assistência às vítimas do mar de rejeitos de mineração da Vale que invadiu a área rural do município de Brumadinho (MG).
Na manhã de sábado (26), dia seguinte à tragédia, o presidente foi a Minas Gerais para sobrevoar a área atingida pela onda de lama e coordenar uma reunião do gabinete de crise instalado em Belo Horizonte para acompanhar o caso.
Ao retornar para Brasília no sábado, Bolsonaro publicou em uma rede social que o governo fará o que estiver ao alcance para evitar que tragédias como a de Brumadinho se repitam.