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quarta-feira, maio 06, 2009

Três pessoas soterradas em encosta

George Brito, Donaldson Gomes e Juracy dos Anjos


Curiosos observam os corpos de duas vítimas do deslizamento em Pirajá
O mecânico Edivaldo Cassiano da Silva, 51 anos, até às 18h desta terça, 05, cavava com uma pá, junto aos bombeiros, os escombros de três casas na Travessa 1º de Janeiro, em Pirajá, à procura do filho Rodrigo Cassiano da Silva, 20 anos. Ele e mais dois colegas foram soterrados, depois de a forte chuva causar deslizamento de terra, que atingiu os barracos por volta das 11h.
Os corpos de Walter Antônio Moura Júnior, 22, e Leandro Vinícius Rocha da Silva, 20, foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros, com ajuda de populares, por volta das 15h. Três horas e meia depois, os bombeiros encerraram os trabalhos, por falta de iluminação. A procura será retomada nesta quarta, dia 06. O soterramento de Rodrigo, Walter e Leandro – na ocorrência que feriu sem risco de morte outras quatro pessoas – não foi a única tragédia com desaparecimento de pessoas do dia: a comerciante Fernanda Bispo dos Santos, 28, e a filha Beatriz, de 6 anos, foram arrastadas, por volta das 11h30, para o canal que corta a Rua Nadir de Jesus, na Av. San Martin, entrada do Curuzu.
A equipe do Corpo de Bombeiros que estava responsável pelas buscas informou, às 16h, que não havia mais expectativas de encontrar as duas com vida. Moradores da região bloquearam a San Martin para protestar contra os constantes alagamentos. A liberação da via só aconteceu após confronto com militares da Rondesp. Como fazia todos os dias, Fernanda foi buscar a menina na Escola Sonho de Criança, no final de linha de Santa Mônica. O caminho pela via principal do Curuzu foi trocado pela rua do canal. “Pedi a elas que esperassem a chuva passar, mas não me ouviram”, lamentou o administrador da escola, Manoel Batista. Na rua do canal, a força das águas retirou nove placas de concreto que cobriam a rua. A dona-de-casa Jaciara Gonçalves dos Santos, 41, contou que chegou a pegar Fernanda pela mão: “Tive que soltá-la porque a água estava me puxando também”. A correnteza deixou apenas a mochila da menina. De acordo com amigos e parentes, o pai de Beatriz, o motoboy e vice-presidente do sindicato da categoria, Gerônimo Pereira, estava inconsolável. Ele chegou a acompanhar parte das buscas, mas, no início da tarde, não teve mais condições emocionais de permanecer no local. “Ele estava feliz porque a filha ia bem na escola”, comentou o presidente do Sindicato dos Motoboys, Henrique Baltazar Filho.Namorada – Firme no propósito de encontrar o corpo do filho em Pirajá, Edivaldo Cassiano contou que o filho Rodrigo tinha ido ver a namorada. No momento do desastre, ele estava com mais três pessoas dentro da casa. Um deles, não identificado, conseguiu escapar pela janela.
“Meu filho está debaixo dos escombros. É difícil, mas infelizmente as autoridades não olham para isso aqui”, desabafou Edivaldo, ainda com a pá na mão. A ação rápida do pedreiro Dave Souza Santos, 34, evitou a morte de mais cinco pessoas. Ele conseguiu resgatar a sogra, Maria de Lourdes, a esposa, Maria Luciene, e duas crianças, seus enteados. “Minha sogra estava com uma parede em cima dela”, contou. As duas mulheres e as duas crianças permaneciam até a tarde de ontem no posto de saúde de Pirajá, sendo examinadas.
Em outra casa estava apenas o auxiliar de pedreiro Cleiton Nogueira, 28, que conseguiu sair dos escombros e salvar a vida: “Estava dormindo. Lutei e estou aqui para contar a história“.
Fonte: A Tarde

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