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terça-feira, maio 05, 2009

A mídia dá um tiro no pé com seu jornalismo do fim do mundo

A Revista do Brasil (abril/2009) oferece uma reflexão importante. Quem busca soluções para a crise mundial financeira? Quem tenta faturar com ela? Afinal, o jornalismo da narrativa do fim do mundo interessa a quem? O jornalista e professor Bernardo Kucinski assina o artigo “Uma narrativa do fim do mundo”. A palavra “crise” virou clichê da narrativa da crise, “tornou-se uma obsessão lingüística editorial da grande mídia” e também de seus pequenos imitadores. Desde a explosão da crise financeira nos EUA, os editores passaram a destacar toda informação que corrobore o “estado de crise” e sonegam as informações que negam ou confrontam esse estado. A mídia brasileira recusou-se a abandonar o discurso neoliberal da austeridade fiscal e do superávit primário, recusou-se a defender as políticas anticíclicas adotadas por Lula. Passou a “torcer” pelo desastre. Um real tiro no próprio pé.E por que a mídia brasileira tomou esse caminho? Além da defesa da ortodoxia neoliberal, da defesa do capital financeiro que rejeita a solução da estatização e redefinição do sistema financeiro (que deve ser visto como um serviço de utilidade pública), havia e há um objetivo político: acabar com a “Era Lula” em nome dos interesses estratégicos do empresariado, como a extinção de direitos trabalhistas, a rolagem da dívida gigantesca do agronegócio, uma mudança nas relações de produção.A própria mídia tem interesse específico em derrubar o índice de aprovação de Lula e de seu governo que vem desmoralizando colunistas, editorialistas e jornalistas. Na Folha de S. Paulo, a torcida contra Lula é ostensiva. Lembrem-se da manchete de 11 de março: “Queda do PIB no Brasil é uma das piores do mundo”. Até o ombudsman da Folha percebeu que não foi bem assim. O Brasil cresceu mais que os demais 38 países citados durante o ano inteiro. O jornalismo deles adotou a profecia do fim do crescimento econômico, do fim das exportações, do fim do emprego, do fim do mundo.O jornalismo do fim do mundo busca o enfoque mais negativo possível e minimiza, quando não esconde, o crescimento da economia. Lembrem-se da assustadora manchete de primeira página da Folha de S. Paulo: “Indústria tem a maior queda em 19 anos”, isso depois que a produção da indústria brasileira cresceu 2,3% após três meses de declínio. Qual o truque? Fazer a comparação com janeiro de 2008 e não com o resultado do mês anterior. E a manchete “Indústria tem o pior resultado desde Collor”? Manchete falsa, já que a produção de hoje é muito maior do que a da Era Collor.No jornalismo do fim do mundo, o editor manipula dados para criar a pior manchete. Na mesma edição da Folha de S. Paulo tem a manchete “Queda do petróleo reduz lucro da Petrobrás”. Como? O lucro de 2008, anunciado, de R$ 33,9 bilhões foi recorde de todos os tempos. O truque foi considerar isoladamente, fora do conjunto dos dados, o lucro do quarto trimestre. Justiça seja feita. Não é só a Folha que tenta manipular a opinião pública. A manchete do Estadão foi “PIB desaba no 4º trimestre e o risco de recessão aumenta”.A matéria da revista Retrato do Brasil (360 mil exemplares) é ilustrada com um fac-símile de uma primeira página do jornal Valor Econômico. A manchete é “Teles resistem à crise e lucram mais em 2009”, logo abaixo tem outra manchete “Crise afeta indústria de forma díspar” e mais abaixo outra bem menor “Planos contra a crise ameaçam meio ambiente”. É crise para todo lado. Um tiro no próprio pé. Depois de ler a edição citada do Valor Econômico o que faria o empresário com seu “espírito animal”? Manda rever os investimentos, cortar gastos e horas extras. É o fim do mundo.Como pode ser tudo isso? O editorial da revista Retrato do Brasil explica. A oposição ao governo Lula segue com o “quanto pior, melhor”, dissemina o pânico, derruba a autoestima do brasileiro. “Nunca se viu uma imprensa transigir tanto em princípios para manipular seus consumidores”. O jornalismo do fim do mundo está voltado para fazer da “crise” o monstro que vai decidir a eleição presidencial de 2010. É um jogo perigoso.Leia a revista Retrato do Brasil.
Fonte: Bahia de Fato

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