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segunda-feira, março 30, 2009

O carlismo mostra sua nova face no Estado

Janio Lopo - Editor de Política
Por mais que oposição e situação avaliem o carlismo como um fenômeno do passado, morto e sepultado com o seu ideólogo, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, a realidade política baiana mostra o contrário.
ACM deixou um grupo de seguidores, disperso após o seu passamento mas cuja possível união reúne os elementos capazes de retornar ao poder já em 2010. Não se trata aqui de divagações. Os últimos números divulgados pelo Datafolha (16 a 19 se março, com um universo de pouco mais de 900 pessoas) mostram claramente que os atuais detentores do poder no Estado estão em desvantagem com os chamados carlistas históricos da Bahia.
Conclusão lógica: mantido o atual quadro, pressupõe-se que a rotulada direita então sob o comando do velho cacique morto no ano passado logo estará de braços dados para a retomada do governo.
SIMULAÇÕES
O instituto paulista fez diversas simulações. Colocando-as sob o mesmo pano e torcendo-as, as simulações produzirão um caldo denso repleto de números que favorecem, em parte, aos dois lados em conflito.
Deixemos o varejo e cuidemos do atacado. O Datafolha confere a Jaques Wagner um pico de 38% de preferência eleitoral. Em tese, seria reeleito. Entretanto, se somarmos 19% dados a Paulo Souto, mais 17% a ACM Neto, 14% de César Borges aí o bicho pega. Os três casados têm 50% dos votos.
Há variações nas simulações do Datafolha, mas em todas elas a proximidade entre os adversários do PT e Wagner é concreta. O carlismo, portanto, não morreu. Seu espectro estará rondando as urnas daqui a um ano. Não se levou em consideração um dado elementar: até por estar no exercício do comando estadual, Wagner e o PT são personagens cujas aparições na mídia são diárias. Diria obrigatórias.
O governador é a figura central do Estado e de sua caneta emanam os atos que vão mexer, bem ou mal, com milhares de vidas. No outro extremo, Souto era tido até então como rei morto, já que fora posto fora do centro das decisões. César Borges, apesar de um senador atuante tem menos espaço na mídia do que merece pela sua atuação como parlamentar e como defensor dos interesses baianos.
Ao alcançar, numa das simulações do Datafolha, 14 pontos percentuais, a única leitura possível é a de que ele continua identificado com uma parcela preponderante do eleitorado.
Já ACM Neto conta com seus canais próprios de comunicação. Disputou a prefeitura de Salvador e ficou na terceira colocação com mais de 300 mil votos e passou a se expor mais publicamente desde quando assumiu a Corregedoria da Câmara dos Deputados, função que acumula com a segunda vice-presidência da Casa.
Fonte: Tribuna da Bahia

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