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sábado, novembro 08, 2008

MP pede retenção de bens de prefeita

Rita Conrado, do A Tarde
Após a instauração de inquérito civil, o Ministério Público da Bahia entrou, anteontem, com ação cautelar na Justiça solicitando a indisponibilidade dos bens da prefeita de Candeias, Maria Maia, do secretário da Indústria e Comércio do município, e dos gestores das empresas SC Transportes e Gold Construções e Serviços Ltda, cuja responsabilidade pela celebração de contratos, considerados irregulares, para coleta e transporte de lixo urbano, está sendo investigada.
Em agosto, reportagem de A TARDE anunciou a suspeita do MP em relação ao superfaturamento no contrato firmado pela prefeitura e sobre os indícios de favorecimento pessoal, já que a SC Transportes é de propriedade do empresário Sílvio Correia, irmão de dois doadores da campanha eleitoral da prefeita Maria Maia, e a Gold Construções e Serviços Ltda. terceirizou o serviço contratado pelo município à Sotec Construção Ltda, do pai do secretário municipal de Indústria e Comércio.
Adversários políticos da prefeita e o ex-procurador do município Artur Costa Neto questionaram, na ocasião, os valores firmados nos contratos celebrados, que chegam a 4,5 milhões para traslado e transbordo de lixo por um período de 60 dias.
Nesta sexta-feira, 7, o deputado estadual Júnior Magalhães, filho da ex-prefeita da cidade Tonha Magalhães, reafirmou a suspeita. “A prefeita anterior – Maria de Jesus (Amiga Ju), cassada em junho deste ano – firmou contrato com o mesmo objeto e pelo mesmo período por R$ 280 mil”, ressaltou o deputado, que viu na transação, que foi feita com dispensa de licitação, uma forma de beneficiar empresários ligados à prefeita, que se candidatava à reeleição.
A prefeita Maria Maia não foi encontrada nesta sexta para falar sobre o assunto, mas, em entrevista a A TARDE por ocasião da divulgação da suspeita do MP, em agosto, atribuiu a movimentação dos adversários ao período eleitoral. “Essas acusações são cavalos de batalha”, afirmara, justificando a dispensa de processo de licitação para contratação dos serviços.
“Tinha lixo em toda a cidade e havia um lixão irregular deixado pela administração anterior. Além disso, 85% da frota do município estava sucateada. Ou eu fazia dispensa de licitação ou a cidade era tomada pelas moscas e urubus”, disse, à época, a prefeita. O Ministério Público informa que só voltará a tratar do assunto com a imprensa após decisão da Justiça. O processo corre em segredo de Justiça.
Fonte: A Tarde

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