Por: Thais Rocha, do A TARDE
O governador Jaques Wagner deu posse, ontem, à primeira mulher a governar a Bahia, a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Sílvia Zarif. O ato foi realizado como um voto de confiança do governo no momento em que a venda de sentenças é investigada pela Operação Janus. “Este foi um ato pensado pela sua dupla simbologia. Ele revela o apreço e respeito que tenho pelo Judiciário e pelas mulheres da Bahia”, afirmou o governador, que viajou ontem mesmo para Nova Iorque (EUA).Jaques Wagner destacou a independência entre os poderes e elogiou a postura da direção do Judiciário baiano diante da suspeita de irregularidades. “Considero que a Operação Janus mostra a disposição do corpo diretivo do Judiciário baiano de não criar obstáculos às investigações, ao contrário, de contribuir se alguém cometer algum delito e punir sem que o Judiciário seja contaminado”, disse.Inquérito – A desembargadora Sílvia Zarif evitou comentar sobre o assunto, disse que este não era um tema pertinente à ocasião. Mas afirmou que as representações feitas com abertura de inquérito já foram distribuídas e estão com os seus respectivos relatores. “O Judiciário tem de ter segurança ao divulgar os fatos porque são fatos graves denunciados. Também não podemos dar conhecimento sobre as investigações porque elas correm em segredo de justiça”, completou. Hoje e amanhã, a magistrada representa o governador em solenidades e, amanhã, concede entrevista coletiva na Governadoria. Neste período, o TJ é presidido pela primeira-vice-presidente, a desembargadora Lealdina Torreão.Manobra política – Sílvia Zarif assumiu o governo do Estado a partir de uma manobra política do governador Jaques Wagner. O período eleitoral foi propício, já que o vice-governador Edmundo Pereira declarou-se impedido. Sua esposa Marizete Pereira é candidata à Prefeitura de Brumado e ficaria inelegível se o marido assumisse o governo.O presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, o deputado Marcelo Nilo (PSDB), também justificou impedimento já que se dedica a campanhas de candidatos aliados no interior do Estado. De acordo com a assessoria da Assembléia Legislativa da Bahia, o presidente do Legislativo não é obrigado a assumir o cargo na ausência do governador e do vice e, sendo período eleitoral, o presidente abriu mão do convite do governador também como uma oportunidade para homenagear a presidente do Judiciário.A socióloga e cientista política Ana Alice Costa, membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Mulher (Neim-Ufba), afirma que a posse de uma mulher no comando do Estado é importante, principalmente para mostrar como as mulheres continuam fora do poder. “Mais de 70 anos após a conquista do voto, precisamos festejar quando uma mulher assume um cargo de destaque no governo. Isso nos mostra o quanto ainda estamos excluídas do poder”, comenta.Destaque – Para a professora Ana Alice Costa, a desembargadora Sílvia Zarif merece destaque principalmente por chefiar um dos poderes do Estado, e principalmente o Judiciário, um dos setores mais conservadores do poder. “Maior destaque que assumir juridicamente o governo do Estado é a posição que ela conquistou através do seu trabalho”, declarou a professora.
Natural de Feira de Santana, a desembargadora Sílvia Carneiro Santos Zarif assumiu a vaga no Tribunal de Justiça da Bahia em um Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2002. Indicada pelo critério de merecimento, ela chegou ao Tribunal após 21 anos de dedicação de atividade como magistrada substituindo o desembargador Sinésio Cabral.
Fonte: A Tarde
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