BRASÍLIA - Numa longa conversa de mais de quatro horas com a cúpula da Polícia Federal, da qual se despediu antes de viajar ontem para ficar com a família em Recife, o ex-diretor executivo Romero Menezes disse que foi vítima de "uma canalhice", patrocinada pelo superintendente da própria PF no Amapá, delegado Rui Fontel, que teria contra ele uma "rivalidade pessoal" e da "imaturidade" do procurador Douglas Santos Araújo, que pediu sua prisão.
Ele disse que sua prisão resultou da combinação de má fé de um lado com inexperiência do outro. "Sou obrigado a concordar com o ministro Gilmar Mendes (presidente do STF): essa investigação, que levou à minha prisão, deriva da combinação de um delegado mal informado com um procurador precipitado, que cometeu uma aventura", explicou.
Objetivamente, porém, Menezes admitiu que cometeu deslizes à frente do cargo, fornecendo munição aos adversários. Admitiu, por exemplo, que fez várias restrições à Operação Toque de Midas, que a seu ver vinha sendo "mal conduzida" pelos delegados que cuidavam do caso no Amapá. Ele informou que os aconselhou a desistirem do pedido de prisão do empresário Eike Batista, dono do grupo empresarial MMX, acusado na operação de fraude em licitação da concessão de ferrovias no Estado.
"Não havia prova consistente alguma para a prisão, nem mesmo para caracterizar o caso todo, por isso recomendei que a operação fosse adiada e que os delegados voltassem para aprofundar as investigações e robustecer as provas", relatou ele, explicando que essa é uma de suas funções. A operação, porém, foi deflagrada no prazo estipulado pelos delegados amapaenses e Menezes acabou denunciado por vazamento ilegal da operação em benefício dos alvos investigados.
Menezes reconheceu também que intercedeu em favor da indicação do irmão, José Gomes Menezes Filho, que a seu ver vinha sendo alvo de picuinha pessoal do superintendente do órgão no Amapá, que se recusava a dar parecer. Cabe à PF autorizar ou indeferir esse tipo de pedido, num prazo de uma semana. O ex-diretor disse que, ao perceber a má vontade, após um mês de espera, ligou algumas vezes para o superintendente, com o qual acabou batendo boca.
No relato feito aos dirigentes da PF, Menezes disse ter exigido uma solução de Fontel para o pleito do irmão. "Você, como superintendente da PF, tem de demonstrar competência ao menos para dizer não, mas não pode se omitir", ameaçou. Fontel não se dobrou: "Vou responder (o ofício) negativamente e relatar que fui pressionado pelo diretor executivo".
Menezes disse que não praticou advocacia administrativa e que seu irmão tinha direito a uma resposta como qualquer cidadão, negativa ou positiva. "Não errei nem cometi imprudência. Faria tudo de novo, com ele, ou com qualquer cidadão, porque cobro desempenho da PF em todas as áreas, sobretudo aqueles setores de prestação de serviço público".
Fonte: Tribuna da Imprensa
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