Mauro Braga e Redação
A população anda mesmo saturada com a classe política. Os "benditos" representantes da classe ao mesmo tempo em que conhecem o caminho das favelas e bairros esquecidos durante a campanha eleitoral, perdem imediatamente o mapa quando eleitos. Além disso, bastou ter sido dada a largada para caça ao eleitor que imediatamente soluções para todos os problemas pipocaram nos discursos dos candidatos. Se é tão fácil, por que não sai do papel, né?
Apesar de todo o cenário desanimador que se desenha a cada período semelhante, é preciso esclarecer que uma coisa é a insatisfação popular, outra bem diferente é a submissão por justificaticas infundadas do direito de ir e vir daqueles que pretendem expor seu plano governamental. Democracia meia boca, não dá.
Esta semana, ao tentar fazer um corpo-a-corpo com moradores de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, ao lado de alguns candidatos a vereador, o prefeitável da coligação "Vamos Arrumar o Rio" (PRB/PR/PRTB/PSDC), Marcelo Crivella, viu de perto que pode até faltar índio, mas sobram caciques na área que, segundo a polícia, é dominada por milicianos.
O problema surgiu logo nos primeiros minutos, quando Crivella teria sido chamado a atenção pelo presidente da associação de moradores, Eli Bittencourt, "inconformado" por não ter sido previamente comunicado sobre a caminhada. Pode? Quais pretextos, leiam, legalmente justificáveis, podem determinar a necessidade de tal aviso?
Pior que o tal presidente disse que a comunidade está aberta para todos, mas desde que seja avisada antes. Mas, que regras são essas? Constrangido, o candidato à prefeitura do Rio tentou amenizar. Disse que o ocorrido fazia parte da política. Pediu licença e deu no pé.
De certa forma está correto ao afirmar que o episódio integra a política, mas faltou complementar seu pensamento. Política da terra sem lei na qual o Rio se afoga diariamente. Aceitar isso é praticamente assinar a declaração de que a situação beira mesmo ao caos. Hora das autoridades não só manterem os direitos essenciais de todos os cidadãos, mas evitar que o negócio piore mais ainda. Que desordem!
Reabilitação
O candidato à prefeitura pela coligação "Unidos pelo Rio" (PMDB/PP/PSL/PTB), Eduardo Paes, durante seminário, ontem, que reuniu várias entidades voltadas para a reabilitação pública para deficientes e pessoas com necessidades especiais, se comprometeu, caso eleito, a criar cinco centros de reabilitação pública para deficientes e pessoas com necessidades especiais.
Adaptação
O prefeitável também falou da necessidade urgente de se adaptar a frota de ônibus do município para atender ao segmento. Segundo ele, o percentual de veículos adaptados hoje não chega a 1% da frota."Em quatro anos espero ter adaptado de 5 a 10% da frota municipal", disse.
Protesto
Já o petista Alessandro Molon, no início desta semana, esteve na Vila Kennedy, na Zona Oeste, para conversar com mães de alunos da rede púbica de ensino que protestavam em frente à Escola Municipal Joaquim Edson de Camargo contra as mazelas do ensino. Elas afirmaram que apesar de já terem recorrido aos órgãos públicos, não conseguiram nenhum apoio. A atual gestão há muito tempo deixa a desejar. Enquanto isso, na Cidade da Música...
Irresponsabilidade
Molon garantiu que, se eleito for, não faltarão professores nas salas de aula. "Não tem como a criança ter um preparo adequado para a vida assim, é uma irresponsabilidade e insensibilidade da prefeitura. A população deve lutar pelo direito à educação", afirmou. A galera até briga, mas cadê que as autoridades respondem? Quase todos, cegos, surdos e mudos.
Grave
Na referida escola, os educadores são obrigados a dar aulas para duas turmas em um só turno, e cada sala tem apenas duas horas de aula por dia. Pior que o caso não é singular. Difícil é entender por quais motivos até agora os aprovados no último concurso público para o magistério não foram convocados. Que caos!
Aniversário
A Academia Brasileira de Letras (ABL) realiza, amanhã, a partir das 17h, no Salão Nobre do Petit Trianon, a solenidade de comemoração de seus 111 anos de fundação, com a entrega dos Prêmios Literários de 2008. A sessão será presidida pelo acadêmico Cícero Sandroni, Presidente da ABL, e terá como orador oficial o acadêmico Marcos Vilaça.
Leitura
O romancista Autran Dourado receberá o Prêmio Machado de Assis (R$ 100 mil), pelo conjunto de obra. Na segunda parte das celebrações, a atriz Fernanda Montenegro vai encarnar Capitu, personagem de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, apresentando uma leitura adaptada do livro "Capitu, memórias póstumas", do acadêmico Domício Proença Filho. A entrada é franca. A ABL fica na Avenida Presidente Wilson, 203, no Centro do Rio.
Gratuito
Estão abertas as inscrições para o curso gratuito de pós-graduação lato-sensu em Gerenciamento Costeiro, coordenado pelo Laboratório de Sistemas Avançados de Gestão da Produção (Sage) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O objetivo é a formação de profissionais especialistas em gerenciamento socioambiental de ocupação e uso de zonas costeiras e marinhas.
Até hoje
O curso complementa as ações do Projeto Ressurgência e terá duração de nove meses. As aulas serão ministradas em Arraial do Cabo a partir do dia 18 de agosto. As inscrições devem ser feitas até hoje pelo site www.ressurgencia.org.br
Frase do dia
"Não é um processo que corre em sigilo de Justiça, então não é vazamento, é a liberdade de informação que está sendo exercida pela imprensa." (Do ministro da Justiça, Tarso Genro, ao defender que a imprensa está correta ao divulgar o conteúdo das gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha)
Fonte: Tribuna da Imprensa
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