Nelson Barros Neto, do A Tarde
Na noite de quarta-feira, 23, atendendo à solicitação do Ministério Público Estadual, a juíza da 10ª Vara Cível de Salvador, Maria de Lourdes Araújo, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente do Bahia Paulo Maracajá, que também é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).Em entrevista ao jornalista Bob Fernandes para o livro 'Bora Bahêeea!', em 2003, Maracajá declarou que “dirigentes são homens públicos e que, por isso, têm de ter o sigilo bancário quebrado, ser investigados, informar o patrimônio, etc. (página 209)”. Sabatinado por A TARDE em julho do ano passado, ele reafirmou o discurso e garantiu: “Daria tudo em branco”.Cinco temporadas se passaram e eis que ele terá, de fato, que enfrentar esta situação. Motivo: instruir o inquérito civil movido há 23 dias pelo procurador-geral de justiça adjunto do MP, Carlos Federico, que investiga se Maracajá “exerce paralelamente à função pública a ‘atividade clandestina’ de co-gestor de uma instituição privada”. No caso, o Bahia.Segundo Federico, o procedimento ficará suspenso até entrega de informações da Receita Federal e do Banco Central. Segundo depoimento do radialista Antônio Tillemont, o conselheiro já emitiu cheques para pagamento do salário de jogadores.A iniciativa do MP aconteceu após recebimento de petição assinada pelo jornalista Nestor Mendes Jr., pelo publicitário Fernando Passos, pelo arquiteto Ivan Carvalho e pelo corretor de seguros Jorge Maia.Denúncia - Procurado, Maracajá alegou que tudo faz parte de uma denúncia de torcedores oposicionistas e que está tranqüilo: “Se acharam por bem quebrar, então pronto. Cumprirei o que a lei mandar”.Seu advogado, Cello Castro, pediu tempo para conhecer o processo. “Não se fala em dinheiro público, nem de ele ter tirado dinheiro do Bahia. Fico surpreso em se falar em atividade clandestina e ao mesmo tempo ser pública e notória sua presença no clube”.
Fonte: A TARDE
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