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quinta-feira, julho 24, 2008

Heráclito entra com representação contra Protógenes

BRASÍLIA - O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) entrou ontem com uma representação na corregedoria e na diretoria-geral da Polícia Federal contra o delegado da Protógenes Queiroz, que deixou o comando da Operação Satiagraha na última sexta-feira. Heráclito aponta o delegado como mentor dos vazamentos de informações do inquérito que tratam o senador como participante do esquema de apoio político-parlamentar do banqueiro Daniel Dantas.
Na representação, Heráclito afirma que foi apontado pela PF como supostamente integrante de uma "organização criminosa". Heráclito Fortes havia decidido, no fim da semana passada, que seus advogados fariam quantas representações fossem necessárias contra a PF e o delegado Protógenes para provar que informações envolvendo o seu nome haviam vazado com a intenção de prejudicá-lo politicamente.
O senador afirmou que resolveu reagir para "acabar com a paranóia, com a esquizofrenia e com as ilações" feitas a partir de conversas que manteve com pessoas investigadas na operação e que foram grampeadas.
Um desses grampos capturou a mensagem que ele deixou na caixa postal de Carlos Rodemburg quando estava ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O senador contou que quando falou da "segurança" do empresário estava se referindo ao divórcio dele, e não ao que foi entendido pela Polícia Federal. Heráclito disse que os casais Jobim e Adrienne Senna e Rodemburg e Caroline se conhecem porque as mulheres foram colegas num curso nos Estados Unidos.
"Fizeram uma interpretação de um diálogo meu, que não podia ser liberado. Foi demais", afirmou. Quanto às representações, argumentou que é para mostrar que os policiais federais "não são donos do mundo".
O advogado Délio Lins e Silva disse que a iniciativa da representação refere-se especificamente a situações em que a PF é citada como fonte da informação. "O delegado vaza a notícia e nós fazemos uma representação na corregedoria, pedindo a instauração do procedimento administrativo e no Ministério Público, pedindo a reprimenda na área criminal. "Polícia Federal não é para dizer isso ou aquilo, é para investigar", justificou.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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