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quarta-feira, abril 16, 2008

Será diferente, desta vez?

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Engrossada ontem por 150 prefeitos do PT, depois de apoio formal dado pelo empresário Lawrence Pyh, no fim de semana, prossegue o golpe do terceiro mandato em sua trajetória sinuosa mas inexorável. O presidente Lula, vale repetir, está sendo sincero ao recusar a proposta, mas chegará o momento em que se curvará à evidência de ficar ou ver o palácio do Planalto outra vez transformado em ninho dos tucanos.
Outros presidentes enfrentaram o mesmo dilema. Como vice-presidente, Floriano Peixoto não podia permanecer mais do que trinta dias, apenas para convocar novas eleições. Ficou por todo o mandato que era de Deodoro da Fonseca, quase quatro anos, mesmo assinando atos oficiais como "vice-presidente em exercício" até que o Congresso aprovou emenda concedendo-lhe a prerrogativa.
Getúlio Vargas assumiu em 1930 como presidente provisório, em 1934 foi eleito para os próximos quatro anos pela Assembléia Nacional Constituinte. Às vésperas das eleições para sua sucessão, deu o golpe e permaneceria por cinco anos, conforme a própria Constituição que editou. Mais tarde, prorrogou por decreto sua permanência no poder, de onde foi apeado por um movimento militar.
Para completar o mandato que era de Jânio Quadros, renunciante, e passou a João Goulart, deposto, Castelo Branco viu-se eleito por um Congresso emasculado, já com deputados cassados e submetido ao Ato Institucional. Terminaria seu período a 31 de janeiro de 1966, mas ainda em 1964 prorrogou o próprio mandato por um ano, em nome dos "ideais revolucionários".
Tancredo Neves foi eleito por seis anos, morreu sem poder tomar posse e seu vice, José Sarney, iria permanecer apenas quatro, por decisão da Assembléia Nacional Constituinte. Negociou e, à última hora, ganhou mais um. Por último, Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1994 por quatro anos. No exercício da presidência, obteve do Congresso a reeleição a que não tinha direito, concorrendo a um novo mandato no exercício do cargo.
Pois é. Todos esses golpes foram aceitos sem resistência, gerando no máximo tímidos protestos retóricos de parte da imprensa e de alguns políticos. Dos tribunais não se fala, aceitaram o fato consumado. Seria diferente agora? Nem pensar.
Dia triste para a imprensa
Não apenas a imprensa francesa, mas a imprensa mundial acordou triste, hoje. Entrou em greve o maior da França, senão o maior jornal do planeta.
A direção do "Monde", por motivos de economia, resolveu demitir 130 jornalistas e funcionários, em função de que ano passado o jornal deu prejuízo de 20 milhões de euros e tem uma dívida de 150 milhões de euros junto aos bancos.
O "Monde" foi o primeiro jornal-empresa que tentou separar a influência dos proprietários do conteúdo de suas edições. Para impedir a influência de interesses financeiros no noticiário, há mais de vinte anos os jornalistas do "Monde" conseguiram separar as duas coisas. Os proprietários ficariam com o lucro, os jornalistas com as notícias, sendo o editor-chefe escolhido pelos jornalistas e não pelos proprietários.
Não deu certo, as notícias geralmente contrariavam as tendências e os interesses dos proprietários. Mesmo tendo voltado ao sistema universal capitalista de que o dono do jornal também é o dono da notícia, o "Monde" continuou a dar prejuízo e agora ameaça fechar. É uma pena, mas qual a alternativa? Se o governo se transformar em dono da notícia, fica pior ainda...
Desinformação ou malandragem?
Decidiu-se o presidente Lula a desenvolver intensa campanha, na Europa, em defesa da substituição do petróleo pelo etanol. Porque na Holanda, onde esteve até o fim de semana, o presidente sentiu a pressão das multinacionais de petróleo, que sustentam que o etanol, proveniente da cana, apesar de ser a metade do preço da gasolina, está sendo produzido no Brasil em terras que serviriam para produzir alimentos. Assim, não aceitam o combustível mais barato, sob o pretexto de não aumentar a fome no mundo.
Trata-se de uma tremenda hipocrisia, porque além demais caro o petróleo polui a atmosfera e está desaparecendo, enquanto o etanol é renovável e ecologicamente correto, dependendo de três fatores que o Brasil possui a dar com o pé: terra, sol e água.
No fundo, está a ganância das empresas petrolíferas, que não querem perder o mercado mundial e até já financiaram a invasão do Iraque, do Afeganistão e, um dia desses, do Irã. Quem escorregou nessa história foi o competente ministro do Desenvolvimento Industrial, Miguel Jorge, para quem a Holanda e a Europa estão simplesmente "desinformadas". Aqui para nós, estão amplamente informadas e fazem o jogo dos bandidos...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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