Karla Correia BRASÍLIA
O enfrentamento entre governadores e senadores tucanos impôs ao PSDB um alto preço sobre a vitória obtida contra o governo no embate em torno da CPMF. Depois de uma batalha onde até as duas maiores apostas da legenda para a corrida presidencial de 2010, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, se postaram ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma profunda rachadura se instalou na cúpula do partido, que já teve de pagar em outras ocasiões a fatura da divisão. A bancada tucana foi a principal responsável pela derrota do Palácio do Planalto no plenário do Senado mas, no dia seguinte, não encontrou clima para comemorar. Estava às voltas com a tarefa de reconstruir as relações dentro do próprio partido.
Horas depois de dizer não aos governadores tucanos e ameaçar a própria bancada de deixar a liderança, caso realmente o partido liberasse a bancada e houvesse dissidências a favor da CPMF, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) voltava ao plenário para apoiar a autorização de empréstimo para o Estado de São Paulo, onde o governador José Serra articulava em favor da prorrogação do tributo.
- Não é um gesto de aproximação, é obrigação parlamentar - atenua Virgílio, que reconhece, entretanto, o alto grau de tensão que se instalou na relação com os governadores e dentro da própria bancada, nos dias que antecederam a votação. A pressão, diz o senador, foi intensa. O clima das últimas reuniões da bancada antes de ir ao plenário, pesado. O diálogo com os governadores, agressivo.
- Já tive outras brigas com o José Serra, já batemos o telefone na cara um do outro mais vezes. Não será isso que vai abalar o partido. Eles estavam no papel de governadores, que precisam de proximidade com o Planalto. Nós fizemos o papel de congressistas, independentes e ligados mais ao que a opinião pública defende.
A movimentação da bancada tucana, deixando as portas abertas para negociar com o governo sobre uma possível recriação da CPMF, e a nota divulgada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o homem por trás da resistência tucana, pregando a superação de "picuinhas" políticas depois do embate, dão conta de que o PSDB acusou o golpe.
Conflito de interesses
Segundo um senador tucano, a CPMF expôs a disputa interna pelo comando da legenda, latente na maior parte do tempo. De um lado, FHC encarna a versão mais radical de oposição do partido, que teme assistir Lula eleger seu sucessor em 2010 e defende a estratégia de terra arrasada para minar o poder do presidente. Fernando Henrique teve em Arthur Virgílio seu braço dentro do Senado. No canto oposto, estão os governadores, que defendiam os caixas estaduais ao se alinhar a favor da CPMF. E, no caso dos presidenciáveis Serra e Aécio, aproveitavam para marcar uma posição de continuidade em relação às políticas sociais do governo Lula.
O conflito invadiu a bancada tucana no Senado. Dos 13 senadores, oito se mostraram balançados diante das derradeiras ofertas do governo, elaboradas em colaboração com Aécio Neves. Cinco mantiveram a resistência, de acordo com o senador Álvaro Dias (PR).
- Tudo o que o Aécio tinha defendido estava ali - lembra o deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), que participou das reuniões da bancada. - O governo tinha aceito as exigências do partido e isso já era uma vitória, mas a oferta chegou tarde demais e não havia como recuar.]
Os ânimos se alteraram a tal ponto que senadores contrários ao acordo com o Planalto ameaçaram deixar o partido, caso o voto da bancada fosse liberado. Serra e Aécio chegaram a pedir ao presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), que tirasse Virgílio da liderança da legenda. Guerra, recém-chegado à cadeira de presidente do PSDB e pessoalmente favorável ao diálogo com o governo, ficou emparedado. No final, venceu a minoria. Agora, é hora de juntar os cacos.
Fonte: JB Online
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