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terça-feira, março 13, 2007

Maior acesso a microcrédito depende de bancos comunitários

O diretor do Departamento de Fomento Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Dione Soares Manetti, defendeu ontem que uma das alternativas para aumentar o acesso das comunidades de economia solidária ao microcrédito é fomentar a criação de bancos comunitários. "Os bancos comunitários podem dinamizar as atividades econômicas dentro das próprias comunidades. Eles podem ser ferramentas de distribuição de pequenos créditos para as atividade produtivas nas comunidades", afirmou.
Os recursos para pequenos empréstimos dos bancos comunitários vêm dos próprios produtores, de doações ou de programas de governo. Há experiências de bancos comunitários que têm se desenvolvido com aportes locais. "Um banco comunitário, às vezes, é criado com R$ 1 mil e partir daí começa a fazer o crédito rodar", explicou Manetti.
Manetti, que participa do último dia de treinamento de 331 agentes comunitários que vão atuar em 540 municípios brasileiros no acompanhamento de pequenos empreendimentos de economia solidária, admitiu que atualmente as políticas públicas não atendem a toda a demanda dos pequenos produtores. Por isso, segundo ele, seria necessário também estimular a diversificação dos meios de acesso aos financiamentos, como o microcrédito, os bancos comunitários e os fundos solidários (recursos para apoiar iniciativas produtivas baseadas nas práticas e culturas locais com o objetivo de levar desenvolvimento sustentável às comunidades de baixa renda).
"Há um passivo muito grande do estado com a sociedade. Hoje as nossas políticas ainda não dão conta de responder ao tamanho da demanda que existe no conjunto da sociedade. O que pode ajudar a superar essas dificuldades é a diversificação dos instrumentos de crédito. Há uma diversidade de instrumentos de crédito que precisamos trabalhar, sem achar que uma única modalidade vai dar conta de responder às necessidades das pessoas", afirmou.
O agente de economia solidária de Caxias do Sul (RS) Henrique Porto Lusa defende que antes de tentar um microcrédito é necessário organizar cooperativas. "Queremos formar as cooperativas, dar uma oportunidade para os produtores regionais se auto-organizarem, para depois fazer a discussão de acesso ao microcrédito que garantam a eles a criação de empreendimentos", afirmou.
O agente comunitário do Distrito Federal e entorno José Ferreira Gomes também defende que os empreendedores que ele acompanha precisam ainda de organização, antes de pedirem um empréstimo. "Estamos identificando os grupos existentes, a demanda dos grupos, e organizando novos grupos para que a economia solidária possa atender a todos. Ainda estamos em um processo de organização para então, buscar esse crédito", explicou. (Com Agência Brasil)
Fonte: Tribuna da Imprensa

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