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quinta-feira, maio 04, 2006

Tudo pelo PMDB

Por: Renato Andrade


O Palácio do Planalto resolveu mostrar ao PMDB até onde pretende ir para ter o apoio dos peemedebistas nas eleições de outubro. O ministro Tarso Genro, responsável pelas articulações políticas palacianas, ofereceu à legenda a vaga de vice na chapa do presidente Lula. Foi uma evolução da idéia lançada na semana passada pelo próprio Tarso e, na prática, a única oferta concreta à mão dos petistas para tentar evitar que o PMDB monte uma tríplice aliança com tucanos e pefelistas. O Planalto pode conseguir em parte o que deseja, mas não pelo que oferece.
Na semana passada, Tarso lançou a idéia de formar um pacto com os peemedebistas, independentemente da definição do partido sobre a candidatura própria. A idéia era simples, mas de difícil execução. Caso o candidato peemedebista não conseguisse ir ao segundo turno das eleições, o partido se comprometeria, desde já, a apoiar Lula num eventual segundo turno. Se o PMDB optasse por não ter candidato, esse apoio seria expresso antes mesmo do primeiro turno, sem a necessidade de uma aliança formal entre as duas legendas.
Como o ex-governador Anthony Garotinho resolveu contribuir para acelerar o fim da tese da candidatura própria, e diante da movimentação do PFL e do PSDB em torno dos peemedebistas, o Palácio do Planalto resolveu pôr sobre a mesa de negociação a vaga de vice.
Como presidente do partido, Temer disse o que a ele caberia dizer: o partido ainda não definiu se terá ou não candidato próprio, portanto não poderia fazer uma avaliação da proposta antes de uma definição sobre a questão.
Sabemos que a coisa não é bem assim. A greve de fome iniciada por Garotinho no domingo enterrou por completo as pretensões dos peemedebistas que queriam ver um nome do partido na corrida presidencial. Entrará para a história como um dos erros políticos mais berrantes de uma pré-candidatura. Evidência de que Garotinho ainda não trocou as calças curtas.
O enterro é tão certo que até mesmo Itamar Franco, o outro pré-candidato à sucessão presidencial pelo PMDB, sumiu, desapareceu. O ex-presidente deve aparecer nos próximos dias candidato a uma vaga no Senado por Minas Gerais, como se nada tivesse acontecido.
O PMDB tem na mesa, portanto, três propostas: aceitar a vaga de vice na chapa de Lula, fazer o tal pacto com o PT ou montar a tríplice aliança com PFL-PSDB. Não deve aceitar nenhuma delas.
O fim da candidatura própria vai garantir a liberdade que os peemedebistas desejam para fazer as coligações ideais nos Estados. Aceitar a vaga de vice seria uma atitude tão engessadora quanto a candidatura própria. O pacto petista antes do segundo turno também não traz benefícios concretos para o PMDB no curto prazo.
A proposta dos tucanos e pefelistas é ainda mais complexa. Diante das dificuldades do PFL e do PSDB em definir os problemas internos da coligação e do fraco comportamento da campanha de Geraldo Alckmin, a idéia não é das mais convidativas.
O PMDB, portanto, deve seguir como sempre seguiu: fazendo alianças nos Estados com gregos e troianos, de olho na corrida presidencial. O Planalto não consegue o tão sonhado peemedebista ao lado de Lula, mas consegue ver o PMDB fora da tríplice aliança em torno de Geraldo Alckmin. Ganha um pedaço do que queria, mas não por sua oferta, e sim pela tradição peemedebista.
[renatoandrade@primeiraleitura.com.br]

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