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segunda-feira, agosto 01, 2022

O que um rei francês tem a ver com a origem das teorias da conspiração modernas




Do 'Pizzagate' ao QAnon, as teorias da conspiração podem parecer um produto do mundo moderno, difundidas pela natureza onipresente das redes sociais.

Por Victoria Hansen, Victoria Dueno e Michelle Fenn

Em 4 de dezembro de 2016, Edgar Welch invadiu uma pizzaria nos arredores de Washington, nos EUA, e abriu fogo. O autor do ataque pensou que deteria assim uma suposta rede de prostituição infantil ligada à então candidata democrata à Presidência Hillary Clinton — uma das muitas notícias falsas que circularam na época para afetar sua campanha.

O 'Pizzagate' mostra que um clique errado pode te levar ao labirinto digital sem sentido das teorias da conspiração — mas é claro que esse não é um fenômeno exclusivo dos nossos tempos.

"As conspirações existem desde que existem os seres humanos. É uma maneira de explicar o inexplicável", diz Kamy Akhavan, diretor-executivo do Centro para o Futuro Político da Universidade do Sul da Califórnia (USC, na sigla em inglês).

Será então que olhar para o passado pode nos ajudar a entender o presente?

"Quando comecei a aprender sobre QAnon (a teoria da conspiração segundo a qual o ex-presidente americano Donald Trump estava travando uma guerra secreta contra pedófilos e o 'Estado profundo'), fiquei muito surpreso porque parecia praticamente que eles estavam tirando tudo de um livro medieval", afirma Jay Rubenstein, diretor do Centro para o Mundo Pré-Moderno da mesma universidade.

"Não me propus a estudar teorias da conspiração, mas acho que no contexto dos últimos dois anos tive que começar a pensar nelas porque ficou claro para mim que podem realmente afetar a maneira como o mundo funciona", acrescenta.

Em poucas palavras

"Uma teoria da conspiração é a ideia de que um grupo nefasto está conspirando para um objetivo malicioso", resume Anni Sternisko, aluna de doutorado na Escola de Psicologia Social da Universidade de Nova York, nos EUA.

As teorias da conspiração abrangem tudo — desde mensagens subliminares em anúncios publicitários até o pouso na Lua.

Mas há algo que as une...

"É uma narrativa simples. Tem que haver um vilão, que está escondido, praticando todo o mal sem ser visto. Você tem as vítimas, que são oprimidas e pobres e merecem nossa simpatia. E então você tem o herói que vai chegar e desmascarar o vilão", explica Dan Edelstein, professor de Francês e História na Universidade de Stanford, nos EUA.

Na Idade Média, o maior vilão era o próprio diabo.

"A teoria da conspiração que realmente deu início a tudo na Idade Média foi o antijudaismo", afirma Rubenstein.

"A crença era de que os judeus estavam conspirando para retomar a Terra Santa por meio de um pacto com o diabo pelo qual sacrificariam uma criança cristã todos os anos na Páscoa até que o diabo devolvesse Jerusalém a eles."

"Uma vez que esta ideia se enraizou, pareceu se tornar quase uma questão de hábito desenvolver crenças conspiratórias sobre como o mundo funcionava."

O mestre

Mas houve uma pessoa que se destacou como mais ninguém nesta arte.

"O maior e mais intenso teórico da conspiração da Idade Média foi o rei Filipe, o Belo, ou Filipe 4º da França (1268-1314)", conta Rubenstein.

"A conspiração com a qual ele está mais associado envolveu os Cavaleiros Templários, uma ordem baseada em Jerusalém."

"A filosofia básica deles era que viveriam como monges, mas lutariam como guerreiros. Renunciavam à propriedade e à família e viviam juntos em uma comunidade."

"Os Templários ganharam dinheiro em abundância. Arrecadaram doações, construíram igrejas por toda a Europa, tiveram tanto sucesso que conseguiram administrar as contas bancárias dos reis da França."

"Mas, em 1307, Filipe, o Belo, decidiu que precisava se livrar deles, e fez isso criando sua própria teoria da conspiração. Disse que eles estavam envolvidos em práticas escandalosas: sodomia, pederastia, adoração a Satanás e feitiçaria."

"Enviou guardas para toda a França e, em uma única noite, prendeu todos os Templários."

"É uma das conspirações mais bem-sucedidas de todos os tempos, e a mais bem-sucedida da Idade Média."

Verdade e mentiras

A Idade Média chegou ao fim, mas a prática de usar esta arma multifuncional perdurou.

'Durante as eleições americanas de 1880, apareceu a Carta Morey (publicada pelo jornal 'La Verdad'), supostamente do candidato republicano James A. Garfield dizendo que era a favor da imigração chinesa. Mais tarde, foi atestada como uma falsificação'

"Sempre que há momentos de agitação política ou social, há um aumento nas teorias da conspiração", observa a escritora Sara Gorman, especialista em desinformação e negacionismo.

"Ao longo da história, as teorias da conspiração têm elementos semelhantes e, em geral, têm a ver com algo que está acontecendo no momento que é difícil de explicar ou é bastante incerto, e você está tentando encontrar uma explicação."

Distinguir entre notícias verdadeiras e notícias falsas requer informação — e isso, às vezes, era difícil de conseguir.

"Ao falar de um evento histórico do início da era moderna ou pré-moderna, é importante ter em mente que a informação era sempre escassa", destaca Edelstein.

"Na maioria das vezes, as pessoas não sabiam o que estava acontecendo. Muitas vezes, não tinham como discernir se algo era verdade ou se era apenas mais um boato."

"É por isso que acho que as teorias da conspiração são ainda mais propensas a surgir, sobretudo, nesses ambientes em que a informação é escassa e em que você tem poucos meios para decidir em que informação pode confiar."

O aperfeiçoamento

Um destes momentos foi a Revolução Francesa.

"Naquela época, elas estavam por toda parte", diz o professor de Stanford.

'Robespierre, um dos líderes mais proeminentes da Revolução Francesa, era o chefe da ala mais radical dos jacobinos'

"Um dos grupos mais importantes durante a Revolução Francesa foi o dos jacobinos, clube que se originou em Paris, em 1789, no início da revolução."

"Em 1792, passou a ser visto como uma das alas mais radicais dos revolucionários franceses, e estava muito bem representado na política."

"Eles eram muitas vezes aqueles que pressionavam por expurgos, para remover membros da Assembleia."

Os jacobinos, como outros revolucionários da época, recorreram a teorias da conspiração que vinculavam seus oponentes a governos e dinheiro estrangeiros e a conhecidos contrarrevolucionários.

"Usaram esta técnica e aperfeiçoaram a estratégia para deslegitimar seus rivais."

"É uma das áreas em que a Revolução Francesa é importante, porque é realmente quando você começa a ver emergir o gênero da teoria da conspiração moderna".

As teorias da conspiração modernas

'Líderes carismáticos podem legitimar teorias da conspiração'

"Há um sentimento implícito de que a elite é corrupta. Não refletem os verdadeiros sentimentos do povo, e estão até mesmo trabalhando ativamente contra os interesses do povo", explica Edelstein.

"E os líderes carismáticos geralmente são os que sabem melhor como aproveitar esta narrativa."

"Quando (o líder soviético Joseph) Stálin justificou o fracasso da tentativa de nacionalizar grãos na Ucrânia — que levou a uma fome horrível, em que cerca de 3 milhões de pessoas morreram —, ele simplesmente descreveu isso como um ato de sabotagem e culpou os trotskistas."

"Era mais fácil para muitos no poder político russo e para pessoas comuns acreditarem porque vinha do próprio Stálin."

"Definitivamente há algo sobre quem está divulgando a conspiração que contribui para seu sucesso", conclui.

"As pessoas que desenvolvem teorias da conspiração são grandes narradores", avalia Rubenstein. "São ótimas em contar histórias e reunir informações de maneiras que você nunca viu e nunca teria pensado por conta própria."

"E ao fazer isso, parece que estão deixando você entrar em um mundo secreto."

A história e o mundo secreto das teorias da conspiração envolveram sacrifícios de crianças, Cavaleiros Templários e clubes corruptos.

No século 21, acrescentamos as pizzarias a esta lista.

BBC Brasil

Bolsonaro indica dois desembargadores para ocupar vaga de ministros do STJ

 Segunda, 01 de Agosto de 2022 - 08:00


Bolsonaro indica dois desembargadores para ocupar vaga de ministros do STJ
Fotos: Divulgação

 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou nesta segunda-feira (1º) os juízes federais Messod Azulay Neto, atual presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), e Paulo Sérgio Domingues, do Tribunal Regional Federal da 3ª (TRF-3) Região, para as duas vagas de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

As nomeações foram publicadas no Diário Oficial União (DOU). Os indicados serão sabatinados na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e posteriormente, precisarão ser aprovados no Plenário. As vagas foram abertas com as aposentadorias dos ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro.

Bahia Notícias

Bolsonaro confirma desfile no Rio e em Brasília | Gio Ewbank defende filhos de racismo | Morre lenda da NBA

 

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Bolsonaro convida governantes estrangeiros para 7 de Setembro sob sombra golpista

 Segunda, 01 de Agosto de 2022 - 07:20

por Ricardo Della Coletta, Cézar Feitoza e Mateus Vargas | Folhapress

Bolsonaro convida governantes estrangeiros para 7 de Setembro sob sombra golpista
Foto: Reprodução / Youtube

As festividades do 7 de Setembro em Brasília devem ter a participação de 4.500 militares num desfile na Esplanada dos Ministérios, número similar ao de anos anteriores, e podem contar ainda com a presença de chefes de Estado dos países de língua portuguesa.
 

O governo Jair Bolsonaro (PL) convidou para as festividades os chefes de Estado de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
 

Interlocutores disseram à reportagem que o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, já comunicou que pretende comparecer.
 

O feriado de 7 de Setembro deste ano marca os 200 anos da Independência do Brasil. Em declarações públicas recentes, o presidente indicou que planeja transformar as festividades em atos bolsonaristas.
 

Neste sábado (30), durante a convenção que lançou o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) candidato ao Governo de São Paulo, Bolsonaro anunciou uma inovação para celebrar a data: um desfile militar oficial em Copacabana, no Rio de Janeiro.
 

Na data, Bolsonaro estará em desfiles oficiais das Forças Armadas pela manhã, em Brasília, como é tradição, e agora também no Rio de Janeiro.
 

"Sei que vocês [paulistas] queriam [que o ato fosse] aqui [em SP]. Queremos inovar no Rio. Pela primeira vez, as nossa Forças Armadas e a as forças auxiliares estarão desfilando na praia de Copacabana", disse.
 

Em outras declarações, Bolsonaro havia afirmado que as comemorações do Bicentenário da Independência vão mostrar que ele é o único candidato à Presidência que tem grande apoio popular.
 

"Eles querem aproveitar a data de 7 de Setembro para ter uma grande concentração, por exemplo, em São Paulo e nas capitais, aqui em Brasília. Vai ser um 7 de Setembro e também um apoio a um possível candidato que esteja disputando", disse ao SBT News, em junho.
 

A informação de que Bolsonaro convidou os dignatários de países lusófonos foi confirmada pelo Itamaraty. "Até o momento, foram convidados para as festividades do Bicentenário da Independência do Brasil apenas os chefes de Estado dos países de língua portuguesa", disse a pasta.
 

Fontes consultadas disseram que o convite aos dignatários lusófonos é para as festividades em Brasília, incluindo o desfile.
 

O presidente português, inclusive, esteve no centro de uma recente polêmica com Bolsonaro. No início de julho, o líder brasileiro desmarcou uma reunião que teria com Marcelo Rebelo em Brasília.
 

O motivo foi que Bolsonaro se irritou com o fato de Rebelo ter agendado uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do presidente nas eleições deste ano.
 

Com a possível presença de altas autoridades estrangeiras, a expectativa de interlocutores ouvidos é que o desfile do 7 de Setembro em Brasília seja protocolar e que eventuais sinalizações golpistas de Bolsonaro para sua base mais radical fiquem reservadas para o evento no Rio de Janeiro.
 

Além de Bolsonaro, normalmente são convidadas para o desfile em Brasília autoridades dos outros Poderes, entre eles os presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal), da Câmara e do Senado.
 

Ao organizar um desfile militar na tarde do feriado em Copacabana, Bolsonaro repete em parte o que fez no ano passado. Na ocasião, ele realizou atos políticos em Brasília e, à tarde, em São Paulo —o tradicional desfile militar na capital federal não ocorreu em 2021 por conta da pandemia.
 

Nos atos do ano passado, Bolsonaro fez ameaças golpistas ao STF e atacou ministros da corte. Em discurso na avenida Paulista, em São Paulo, o presidente exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairá morto da Presidência da República
 

"Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou", afirmou no ano passado.
 

Generais do Alto Comando das Forças Armadas afirmam, sob condição de anonimato, que a expectativa é que o desfile deste ano na Esplanada dos Ministérios atraia um número maior de público do que em edições anteriores.
 

Há três motivos para a previsão: a comemoração do Bicentenário da Independência, a volta do desfile após dois anos sem evento oficial e as convocações feitas por Bolsonaro.
 

No STF e no TSE, ministros acompanham com apreensão as declarações golpistas de Bolsonaro. O temor é justamente que Bolsonaro use o desfile militar para insuflar apoiadores contra o Judiciário e o sistema eleitoral brasileiro.
 

Apesar disso, a avaliação até o momento é que o atual clima entre o Planalto e o Judiciário não está tão hostil como no ano passado. A própria mobilização de bolsonaristas para o 7 de Setembro parece ter menos força neste ano.
 

Convocadas há alguns meses para serem atos preparatórios ao Dia da Independência, manifestações pró-governo neste domingo (31) tiveram baixa adesão.
 

Na avenida Paulista, em São Paulo, a mobilização reuniu algumas dezenas de bolsonaristas diante de um trio elétrico. As críticas às urnas eletrônicas predominaram entre os discursos, que pediam o voto impresso e diziam que Bolsonaro havia baixado o preço do combustível.
 

Os manifestantes que se aglomeravam ali levavam bandeiras do Brasil junto ao corpo e vestiam verde e amarelo. Apoiadores do ex-presidente Lula que passavam pelo local faziam o gesto de L com a mão e gritavam "Fora, Bolsonaro", no que ouviam: "vai pra lá, petista".
 

Próximo à saída do metrô, duas mulheres levavam cartazes pedindo a intervenção das Forças Armadas e destituição dos ministros do STF e TSE. O ministro Alexandre de Moraes, que assume o comando da corte eleitoral no próximo dia 16, foi o principal alvo dos bolsonaristas.
 

*
 

Colaboraram Géssica Brandino e Danilo Verpa

Bahia Notícias

Improvável pedido de ACM Neto por desistência de Jerônimo esconde desejo de não aliança por Ferna

 

Segunda, 01 de Agosto de 2022 - 07:30

por Fernando Duarte

Improvável pedido de ACM Neto por desistência de Jerônimo esconde desejo de não aliança
Fotos: Agência Brasil / Câmara dos Deputados / Divulgação

A espuma criada em torno da desistência da candidatura de Luciano Bivar à Presidência da República pelo União Brasil não passou disso. Lógico que o cacique, que deteve por muito tempo o controle da mala do PSL, tentaria valorizar o próprio passe. Tanto que até o absurdo da desistência da campanha de Jerônimo Rodrigues ao governo da Bahia chegou a ser cogitada, como contrapartida para uma adesão do União Brasil ao projeto de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto.

 

Essa condição envolvendo a Bahia era tão improvável que mostra que o interesse do União beneficiar o PT era quase nulo. Para os petistas, a campanha de Jerônimo é parte da estratégia de demarcar espaço em um dos estados mais relevantes sob controle do partido no Brasil. Abrir mão disso, por mais que o sucessor de Rui Costa tenha vida difícil na disputa, é abordar qualquer esforço para manter o projeto de poder até aqui mais bem sucedido do petismo no Brasil. Difícil, para não classificar como impossível.

 

Se o grupo de ACM Neto fez esse pedido, foi porque sabia que não seria atendido. Como Bivar é uma espécie de Rainha Inglaterra da legenda, essa proposta foi uma tentativa de saída honrosa para o devaneio de uma candidatura presidencial dele. O embrião do DEM dentro da sigla reúne o antipetismo histórico do país - anterior a onda bolsonarista de 2018. Então, não seria esperado um entendimento com o PT.  Por isso, Bivar costurou um acordo que o beneficiasse ele em Pernambuco - e se exploda qualquer eventual impacto negativo nos aliados. "Farinha pouca, meu pirão primeiro", já diziam os antigos.

 

ACM Neto teve que lidar com as consequências disso. Na Bahia, sobraram ataques dos petistas baianos ao que eles chamaram de "medo de Jerônimo". Apanhou feito mala velha e ouviu ironias sobre "amarelar" da disputa. Até aqui, ele não respondeu diretamente, mas o presidente do União Brasil na Bahia, Paulo Azi, chamou o episódio de "peça de ficção". Não chegou a tanto, mas é algo bem próximo. Porém o estrago já foi feito nos núcleos políticos das conversas. E esse tema deve ser repetido em outras oportunidades ao longo da campanha, visto que a desistência de ACM Neto em 2018 também não foi esquecida.

 

Na convenção de Jerônimo no sábado (30), isso foi e voltou em mais de uma oportunidade. E deu a tônica tanto quanto as reiteradas citações a Lula. Para quem está atrás nas pesquisas - apesar do petismo jurar não acreditar nos levantamentos -, esses serão pontos cruciais: defender o "time de Lula" como grande puxador de votos e atacar o alvo a ser batido pela campanha, ACM Neto. Bivar, pelo menos, parece ter conseguido garantir votos para ser reeleito deputado. E quem acreditou que o União Brasil apoiaria Lula no primeiro turno caiu do cavalo. A estratégia da campanha mista deve ser usada com parcimônia e vai garantir a sobrevivência política de todos os envolvidos. Gostem os petistas ou não.

Bahia Notícias

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Publicado em 26 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Bolsonaro é antidemocrático e defende até a tort...

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