terça-feira, dezembro 02, 2025

Risco de pressão de Washington leva governo a apostar em normalização com Trump

Publicado em 1 de dezembro de 2025 por Tribuna da Internet

Negociações visam também evitar medidas durante eleição

Patrícia Campos Mello
Folha

Um dos objetivos da normalização das relações do Brasil com os Estados Unidos é reduzir os riscos de interferência americana na eleição do ano que vem, afirmaram integrantes do governo Lula (PT).

O principal propósito das negociações, dizem eles, é a redução das tarifas que ainda incidem sobre cerca de 22% das exportações para o país norte-americano e a retirada das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Na visão do governo, porém, melhorar as relações com Trump serve como uma proteção para o pleito do ano que vem.

PLATAFORMAS – Uma situação possível e temida, por exemplo, seria algum ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomar uma decisão em relação a plataformas de internet para resguardar a eleição e o governo Trump impor sanções sob a justificativa de que a medida viola a liberdade de expressão ou prejudica uma empresa americana. Se as relações estiverem melhores, isso funciona como dissuasão para possíveis interferências, afirmam esses funcionários.

Ainda não há previsão de data para a próxima etapa das negociações entre os dois países. Estão previstas reuniões entre o ministro Mauro Vieira e seu contraparte, o secretário de Estado Marco Rubio; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick.

AINDA SEM DATA – O governo brasileiro esperava que a reunião fosse realizada ainda neste ano, mas não teve retorno dos americanos. Também está prevista, embora ainda sem data, uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Trump no ano que vem. Em 2026, o petista terá uma agenda modesta de viagens internacionais, por conta do ano eleitoral, segundo um interlocutor do governo, e participará apenas das cúpulas tidas como obrigatórias, como a dos Brics (Índia), G20 (EUA), COP31 (Turquia), Mercosul (Paraguai) e Assembleia Geral da ONU (Nova York).

Há ainda duas viagens previstas: à Índia e à Alemanha. A visita de Estado na Índia, em fevereiro, pode se estender para um segundo país da Ásia —a nação é considerada prioridade dentro da estratégia de diversificação de exportações, intensificada após o tarifaço de Trump. No final de abril, Lula irá para a Alemanha, onde o Brasil será o país homenageado da Feira de Hannover. Além disso, os líderes do Canadá, Mark Carney; da Turquia, Recep Erdogan; e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, devem visitar o Brasil em 2026.


Em destaque

A Verdade Sempre Prevalece: Quando o Trabalho de um Prefeito Fala Mais Alto que as Mentiras

  A Verdade Sempre Prevalece: Quando o Trabalho de um Prefeito Fala Mais Alto que as Mentiras Por  José Montalvão A competência e o comprom...

Mais visitadas