segunda-feira, dezembro 22, 2025

A Bajulação como Retrato da Incompetência

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A Bajulação como Retrato da Incompetência


Por José Montalvão

Hoje, logo cedo, ao fazer um passeio pelas redes sociais, deparei-me com um comentário que chamou atenção e merece reflexão: a figura do bajulador que, ao assumir cargos ou secretarias na prefeitura, passa a se sentir acima de todos. A frase que resume bem esse comportamento é simples e direta: a bajulação só ganha espaço onde falta competência. Quem é realmente competente não precisa bajular; ao contrário, muitas vezes acaba sendo visto como incômodo por quem age de forma irresponsável.

O bajulador é aquele que elogia em excesso, de maneira servil, quase sempre movido por interesses pessoais. Não se trata de reconhecimento sincero, mas de estratégia para obter favores, proteção ou ascensão dentro da estrutura de poder. Esse perfil revela muito mais fragilidade do que mérito.

Quando esse tipo de personagem alcança uma posição de comando, o comportamento costuma mudar drasticamente. A antiga postura submissa dá lugar à arrogância. Passa a tratar subordinados com desprezo, persegue, humilha, prejudica e, em muitos casos, adoece emocionalmente quem está abaixo na hierarquia. É como se o cargo funcionasse como uma armadura para esconder inseguranças profundas, substituindo ética e respeito por autoritarismo.

No entanto, o poder é passageiro. E quando o cargo se vai, o cenário muda por completo. Sem a caneta, sem o título e sem a estrutura que impunha medo ou respeito forçado, o bajulador perde relevância. Aqueles que antes o cercavam desaparecem. O que resta é o vazio: a constatação de que não construiu relações verdadeiras, nem deixou legado algum. Volta, então, ao lugar de onde nunca deveria ter saído — a insignificância.

Há, porém, uma diferença clara entre cargos e figuras públicas. O bajulador some no anonimato assim que perde a função. Já o prefeito, mesmo deixando o cargo e apesar de todos os seus erros, acertos ou desmandos, carrega para sempre a condição de ex-prefeito. O título permanece, assim como o julgamento da história e da população.

No fim das contas, a bajulação não sustenta ninguém. O poder sem ética é frágil, e a autoridade construída sobre o medo não resiste ao tempo. Só a competência, a dignidade e o respeito ao próximo permanecem quando os holofotes se apagam. 

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