Publicado em 30 de novembro de 2025 por Tribuna da Internet

Charge do Aroeira (Brasil 247)
José Peres
A única organização que funciona à perfeição no Brasil é a do crime organizado, com fortes tentáculos nos três Poderes de um regime cada vez menos democrático e menos republicano. Um grande exemplo da inversão de valores é o reinado de Davi Alcolumbre (União-AP) à frente do Senado Federal, uma situação insuportável, que somente se explica devido à ascensão das organizações criminosas.
Conhecido no Amapá como “Batoré”, um dos personagens do programa “A Praça é Nossa”, devido à semelhança fisionômica, Alcolumbre tem pouco estudo, mas aprendeu a fazer política populista e se tornou um senador muito influente, que cria dificuldades para vender caro alguma facilidade momentânea.
FENÔMENO SINISTRO – Com o passar dos anos, Alcolumbre tornou-se um fenômeno sinistro na política, ao fazer com que sua família se tornasse uma das mais ricas do Estado, enquanto ele pressionava sucessivos presidentes a nomearem seus indicados para cargos públicos.
A projeção que Davi Alcolumbre alcançou no plano nacional é a maior demonstração de que a política brasileira enveredou por caminhos estranhos.
Tornou-se um sistema político disfuncional, desproporcional e injusto. E agora quem manda no governo é o rei Davi, que não tem povo, voto nem PIB.
BATENDO DE FRENTE – Neste domingo, o presidente do Senado, perdeu as estribeiras na crise com o Palácio do Planalto e mandou distribuir uma dura nota à imprensa,
No documento, Alcolumbre acusou integrantes do governo de tentar associar a uma suposta negociação de cargos no Executivo as dificuldades de apoio no Congresso à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga existente no Supremo.
Como Lula preteriu o nome do senador Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado apontou “interferência indevida” no processo envolvendo a análise da indicação pelo presidente Lula e afirmou considerar as insinuações ofensivas “não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo”.
CLEPTOCRACIA – Vivemos numa cleptocracia, cujo atual presidente foi condenado à prisão por dez magistrados diferentes, em três instâncias e sempre com unanimidade, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, mas em 2019 o Supremo decidiu “reinterpretar a lei” na medida para libertá-lo, preparando o terreno para em 2021 declarar a inocência dele por um erro de endereço.
Infelizmente, não dá para levar isso aqui a sério, gente. Vamos ver se o presidente Lula tem coragem de enfrentar o rei Davi.