Publicado em 20 de maio de 2024 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que teve uma grande importância na vitória do presidente Lula nas urnas de 2022, dirige agora um apelo em favor da candidata Tabata Amaral do PSB, endossando a estratégia da correligionária de buscar o apoio do PSDB para sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Ele, que deixou o partido em 2021, após mais de três décadas, tem ajudado a deputada federal a se aproximar de quadros tucanos.
Tabata mantém negociações com o PSDB mesmo diante da possibilidade de o partido lançar a pré-candidatura a prefeito de José Luiz Datena. O apresentador estava no PSB e migrou em abril para o tucanato, em articulação com a deputada, inicialmente com a ideia de ser vice na chapa dela. Alckmin mantém conexões com políticos e gestores ligados à velha guarda do PSDB e tem trabalhado para que alguns deles contribuam na elaboração do programa de governo da pré-candidata.
CONFRONTO – É curiosa a engrenagem que se desenha no cenário político, pois Alckimin se opõe assim a Guilherme Boulos, candidato apoiado por Lula. Entretanto, é possível que seja um apoio para o primeiro turno, uma vez que a pesquisa para eleição para prefeito da capital de São Paulo deva ser decidida no segundo turno, com Boulos, Tábata e Ricardo Nunes disputando as duas vagas.
Alckmin tem evitado exacerbar as divergências. Em uma entrevista, ele comentou, com seu estilo discreto, que “é normal” cada um estar de um lado e que as eleições municipais e nacionais “são coisas totalmente diferentes”. Aliados relatam que raramente viram o vice-presidente tão entusiasmado com um projeto eleitoral.
No entanto, ele está ausente da linha de frente das negociações com os tucanos. Essa responsabilidade foi delegada a Tabata e a assessores. “O que eu tenho procurado sempre é ajudar para que possamos estar juntos, o PSB e o PSDB. Agora, é necessário respeitar a decisão deles”, declarou Alckmin, fazendo elogios ao seu antigo partido.
Com isso, as eleições de São Paulo ganham um contorno curioso, com Alckmin não apoiando o candidato de Lula, mas seguindo o rumo do seu próprio partido. Pode ser que Tábata fique de fora na primeira etapa e apoie Boulos num eventual segundo turno. Lula certamente empenhará todos os esforços para que o seu candidato vença a eleição na capital paulista.