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quarta-feira, fevereiro 28, 2024

Na Avenida Paulista, passaram vários personagens à procura de um autor

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 por Tribuna da Internet

Leia a íntegra do discurso de Bolsonaro na avenida Paulista

Jair Bolsonaro era o personagem que não assinou o decreto

Duarte Bertolini

Nos fatos históricos, sem muito esforço, poderemos encontrar perguntas nunca respondidas e que jamais saberemos como se portaram os personagens. Por exemplo: qual a versão de Gregório Fortunato sobre o atentado da Rua Tonelero? E o famoso raio X do pé de Carlos Lacerda mostraria uma bala de 45 ou de 32? O atentado saiu da cabeça de Gregório, de Benjamim Vargas ou de outras sinistras e obscuras figuras?

E o esfaqueador Adélio Bispo? É o crime de maior vulto envolvendo um futuro presidente, e tudo ainda é mistério? Se a morte passional de João Pessoa provocou uma revolução, como é que a tentativa de assassinar um futuro presidente ficou na tese do lobo solitário?

ACIDENTALMENTE… – E as oportuníssimas mortes por acidente aéreo de figuras que incomodavam um sistema azeitado, em diferentes graus e motivos variados, como Ulysses Guimarães, Eduardo Campos, Teori Zavascki, entre outros?  Dizem que o avião é o meio de transporte mais seguro (depois do elevador) mas quem disse isso não conhece o Brasil, certamente.

Como desconfio secularmente de grande parte de nossos militares, sempre fico com um pé atrás com as coisas que os envolvem. Desconfio também dos políticos de sempre, é claro. Se reunirmos os dois numa mesma ação, não consigo aceitar versões oficiais.

Será que não estamos em enredos similares (guardadas as proporções e cenários), mas principalmente aproveitando o título genial da peça de Pirandello, “Seis personagens à procura de um autor”. E se?

ANTIPETISMO – As Forças Armadas não toleram, por razoes históricas e ideológicas, o PT e o próprio Lula. Quando o petista cumpria cadeia, o Supremo subverte a lei para livrá-lo da prisão e torná-lo virtual presidente.

A mídia bate impiedosamente no então presidente eleito Bolsonaro, de formação militar e que toscamente tenta recuperar a imagem e o protagonismo das Forças Armadas na política do país

Mesmo que desmentidas, permanecem as desconfianças sobre as urnas eletrônicas, curiosamente só usadas em amplo aspecto no Brasil. As suspeitas existem, porque a Justiça Eleitoral insiste em descumprir a lei aprovada que prevê alguma forma de controle impresso. O presidente reage e a Justiça o ataca ferozmente, chegando a torná-lo inelegível, por se reunir com embaixadores, depois de o presidente do TSE ter feito exatamente a mesma coisa, não há lógica.

TENTATIVA DE GOLPE – Os militares do núcleo duro do Planalto não queriam sair, sonhavam com o golpe. Em 2022, porém, não havia motivos concretos, como existiram em 1964. Mesmo assim, com o povo clamando incessante em constrangedores e patéticos acampamentos diante dos quartéis, armou-se um clima de golpe.

Mas o presidente derrotado relutou. Sabe que a alma das Forças Armadas é a hierarquia. Se houvesse golpe, logo apareceria um general Costa e Silva para impedir eleições e exigir o poder.

E os generais conspiradores também estavam indecisos. Ocorreu o vandalismo, depois as prisões, e assim o golpe sucumbiu, sem que saibamos quem era o verdadeiro líder.

TUDO ESQUISITO – Foi uma tremenda confusão nos bastidores. Nenhum dos generais golpistas quis assumir o comando. O presidente ainda no poder recusou-se a assinar o decreto do Estado de Defesa. Eram personagens à procura de um autor.

E o mais impressionante é que o clima de golpe continua, o clamor ecoa pelos vales, pelas ruas, pelos discursos, pelas redes sociais, embora não exista a menor possibilidade de se concretizar.

No último domingo, na monumental Avenida Paulista, ouviu-se mais uma vez esse clamor de um golpe de estado que jamais irá ocorrer. Ninguém quer assumir este risco de crucificação histórica. Afinal os tempos são outros.

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