Desembargador ligado a Wagner bate-chapa por Tribunal Regional Eleitoral; saiba quem é
Deve ser definido em bate-chapa no Tribunal de Justiça da Bahia, nesta quarta-feira, o nome do novo membro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na vaga de desembargador, caso os magistrados não cheguem a um acordo até o momento da sessão em que a escolha ocorrerá.
Hoje, os nomes que se apresentam como mais fortes para a disputa são os dos desembargadores Maurício Kertezman e Manoel Bahia. A chegada do novo membro à Justiça Eleitoral abre imediatamente o processo para a definição de seu comando.
Nos bastidores, os rumores são de que, se o escolhido for Kertezman, a presidência do TRE deve ser assumida pelo desembargador Abelardo da Matta, cabendo ao entrante a posição de vice, devido a um acordo que já teria sido feito entre ambos.
Pelo acordado, Abelardo apoiaria a escolha de Kertezman para o TRE em troca de seu compromisso de apoiá-lo à presidência. O cenário, no entanto, mudaria caso os desembargadores escolham seu adversário, o que pode levar a uma disputa entre Abelardo e Bahia, considerado de perfil mais independente, para decidir quem comandará a Corte Eleitoral.
O cargo é especialmente visado neste momento porque ficará sob a responsabilidade do próximo presidente da Corte a condução das eleições municipais. Na sucessão estadual passada, não foram poucas as queixas de políticos e advogados de que o TRE teria adotado uma postura parcial em alguns casos, nos quais o PT levou a melhor.
A questão volta à tona de novo agora, dadas as ligações bastante próximas entre Kertezman e o senador Jaques Wagner, principal liderança do partido na Bahia, que o nomeou desembargador em vaga para os advogados num dos períodos em que governou o Estado. Os dois pertencem à comunidade judaica e trabalharam juntos para conquistar uma vaga para o desembargador no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no ano passado, a qual Kertezman perdeu.
Apesar de o candidato apoiado pelo governo do Estado à Prefeitura de Salvador não pertencer ao PT, o partido tem interesses manifestos em vários municípios do interior, alguns dos quais dos maiores do Estado, depois da capital baiana.
As críticas dirigidas ao TRE não se reproduzem, no entanto, com relação ao Tribunal de Justiça, cuja formação é considerada pela classe política como das mais independentes politicamente da história do Poder Judiciário baiano.
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