Mariana Andrade
Depois da vitória de Javier Milei nas eleições à presidência da Argentina, o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que uma das preocupações do governo é “salvar o Mercosul”. O político ultraliberal é conhecido por “ameaçar” cortar laços com o Brasil e países que ele considera “comunistas”.
O ex-chanceler também reforçou que o Brasil pretende manter uma relação de dois Estados com a Argentina, mesmo com as falas incisivas de Javier Milei sobre o atual governo brasileiro. Em uma das ocasiões, o futuro chefe da Casa Rosada descreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “corrupto e comunista” e disse que não se encontraria com ele.
DISSE O ASSESSOR – “Temos que respeitar o resultado da eleição, por um lado, manter as relações como dois Estados e, se possível, salvar o Mercosul. A relação entre Brasil e Argentina é a base do Mercosul e tem reflexo em toda a América do Sul”, declarou o assessor especial ao jornal O Globo.
Amorim destacou que o discurso anti-Mercosul de Javier Milei pode mudar no momento em que o futuro presidente da Argentina perceber a importância do bloco econômico.
Para ele, assim que o ultraliberal entender a realidade do comércio com o Brasil e China, países os quais Milei considera “comunistas”, será dado o valor a esses parceiros cruciais para a economia do país, que bateu, nessa semana, uma taxa de inflação de 142,7%, a maior em 32 anos.