Pedro do Coutto
Pela atmosfera que está se formando no país, a tendência do Congresso – como a GloboNews acentuou no jornal de ontem – é a de o veto do presidente Lula ao projeto que mantém a desoneração de empresas de 17 setores para com o INSS seja derrubado. O episódio, assim, se traduzirá como uma derrota política para o governo.
Tenho a impressão de que faltou no caso articulação política prévia que, aliás, não está havendo na área do Planalto, acentuando que não está funcionando justamente o ministério ocupado por Alexandre Padilha, encarregado dessas ações conjuntas.
COMPROMISSOS – Deve ser observado ainda o que foi assumido durante a campanha eleitoral, inclusive, compromisso sobre a questão dos reajustes de preços. A população acaba sendo obrigada a recorrer ao sistema de créditos, enfrentando juros muito altos. Faltam ainda mecanismos para corrigir a defasagem dos salários em relação à inflação, que novembro avançou 0,33%, atingindo, inclusive, o consumo de alimentos.
Vale destacar que o IPCA nos últimos 12 meses alcançou um acréscimo de 4,8%. No mês de outubro, segundo o Ministério do Trabalho anunciou, foram criadas 190 mil vagas com carteira assinada. Ótimo. Mas falta comparar com o total de demissões, pois essas não são nunca iguais a zero. O avanço positivo é o resultado de uma coisa e outra. Faltam dados.
SEGURANÇA – O governador Cláudio Castro foi levado pelas circunstâncias e também por pressão federal a recriar a Secretaria de Segurança. Os crimes atingem todos os bairros e os cidadãos sofrem diariamente.
Basta dizer que a própria Guarda Nacional foi assaltada nesta semana, na Baixada Fluminense. No momento que isso acontece com uma força policial treinada de forma especial, percebe-se o estado de perplexidade ao qual a cidade está submetida. As dificuldades da população são muito grandes com tudo isso, somadas à falta de estrutura em vários outros segmentos, a exemplo dos transportes, da saúde, entre tantos outros.