Pepita Ortega
Estadão
O subprocurador-geral da República Paulo Gonet deve ser indicado pelo presidente Lula da Silva para assumir o cargo de procurador-geral da República. Ele é um constitucionalista tido por seus pares como conservador, religioso, ponderado e conciliador. Gosta de caminhar e os amigos brincam que é um ‘glutão’ – aprecia uma boa comida.
Gonet integra os quadros do Ministério Público Federal desde 1987, foi sócio do ministro Gilmar Mendes na criação do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e hoje é vice-procurador-eleitoral, tendo atuado nas ações que levaram à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
GONET E ARAS- O nome do vice-procurador, hoje escolhido pelo petista Lula, também já teve sua indicação avaliada por Bolsonaro. Em 2019, Gonet chegou se reunir com o então presidente, ocasião na qual Bolsonaro indicou que queria um PGR alinhado ao seu governo. A escolha foi pelo nome de Augusto Aras.
Integrantes do MPF ouvidos reservadamente pelo Estadão apontam similaridades entre o estilo de trabalho de Gonet e de Aras, com um perfil considerado mais clássico, de atuação parecerística e mais reativa e processual. De outro lado, anteveem uma possível mudança em razão do perfil pessoal do subprocurador, considerado muito acessível, conciliador e de facilidade no trato.
Colegas de trabalho de Gonet o descrevem como um homem com ‘sentido de família’, educado e reservado. É tido como conservador – em especial diante de pautas de costumes, em razão de uma religiosidade. De outro lado, um procurador próximo do vice-PGR ressalva que Gonet é sensível a questões sociais, ambientais e de direitos humanos, ‘consciente de seu papel como operador de direito’.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente resumo biográfico feito pela Pepita Ortega. Só faltou dar o detalhe indiscreto de que Gonet usa uma espalhafatosa peruca, de dar inveja a Luiz Fux, Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e André Mendonça, que também gostam de esconder a calvície. Outros ministros, como Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Dias Toffolli, ainda resistem à peruca, que Alexandre de Moraes chegou a usar, mas depois desistiu, porque escorregava muito no alto da cabeça. Quanto a Flávio Dino, ainda tem cabelos para dar e vender, mas o futuro a Deus pertence, como dizia Armando Falcão, um ex-deputado que Roberto Marinho emplacou como ministro da Justiça no regime militar e que também era careca. (C.N.)