Por Anderson Ramos / Gabriel Lopes
Depois de muita especulação e demora na definição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá oficializar as suas escolhas para a vaga em aberto no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas apostas, é o nome do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que aparece em alta para ocupar o lugar de Rosa Weber. Correligionária de Dino e presidente do PSB na Bahia, a deputada federal Lídice da Mata avalia que o governo Lula perde um grande quadro ao tirá-lo da Esplanada dos Ministérios.
"Flávio Dino tem tamanho para o STF e é um quadro tão bom que ele cabe em qualquer lugar. É uma grande indicação, embora eu pessoalmente, acho que o governo perde em tirá-lo do Ministério da Justiça. Está sendo um grande ministro, um ministro que é um ministro que fala inclusive para nossa base, é o que mais aderência tem da nossa base. Eu acho que o governo vai perder um grande ministro, um grande comunicador e vai ganhar o Brasil, vai ganhar um grande ministro no STF", disse em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda-feira (27).
Questionada se o partido terá a primazia para indicar um novo nome ao Ministério caso Dino deixe a pasta, a parlamentar garante que o senador foi uma indicação pessoal do presidente e caberá exclusivamente a ele definir nomes para a Justiça.
"Isso é uma decisão do presidente da República. Na verdade Dino é do PSB, é muito respeitado e querido no partido, mas ele foi uma indicação do presidente Lula que o escolheu desde a campanha. Eu acho que a presença de Dino no governo deu uma aderência e é um quadro que fala para a nossa esquerda no governo e tê-lo no Supremo vai ser também muito importante porque ele é um quadro técnico, extremamente competente", comentou.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), será o indicado para o STF no lugar da ex-ministra Rosa Weber e Paulo Gonet para o lugar de Augusto Aras na PGR. Atualmente, a PGR é chefiada interinamente por Elizeta Ramos, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
As escolhas foram confirmadas por Lula a aliados neste domingo (26). A equipe do presidente calcula que os nomes sejam aprovados no Senado antes do recesso parlamentar, com início em 23 de dezembro.
A decisão foi tomada após uma demora inédita de Lula para indicar os nomes, deixando os cargos vagos por mais de 50 dias: Rosa Weber se aposentou em outubro e Aras deixou o cargo no dia 26 de setembro.