Matheus Leitão
Veja
Em viagem oficial para a China, o presidente Lula fez uma grande sinalização em prol da maior economia oriental do mundo, afirmando que se pergunta, todas as noites, por que todos os países são obrigados a fazer o seu comércio lastrado em dólar.
A fala de Lula, que contesta a ordem mundial, vem logo após o anúncio de um acordo firmado entre o Banco Central do Brasil e o Banco Central Chinês para realizarem transações comerciais em moedas locais.
QUESTÃO DE LIQUIDEZ – Realmente existe um movimento entre os países para aumentar o número de moedas com que se comercializa no mercado internacional. Mas essa não deveria ser uma preocupação para o presidente Lula ter frequentemente. Aí está um erro!
Na verdade, os países não são obrigados a usar o dólar em suas transações comerciais. Isso é feito pois a moeda americana possui mais liquidez no mercado, ou seja, é mais facilmente trocada, além de possuir maior circulação.
Recentemente, o governo chinês também conquistou uma declaração semelhante, emitida por Vladimir Putin, presidente da Rússia, também em uma viagem oficial pelo país. Ou seja, uma jogada política.
OBJETIVO DA CHINA – A exclusão do dólar de suas transações é um desejo da China e essas declarações de presidentes da Rússia e do Brasil reforçam esse movimento, principalmente junto aos países emergentes. O importante é saber o que de fato será melhor para o Brasil…
Vale ressaltar que a China é a maior parceira econômica do Brasil e que a relação com o país foi muito desgastada nos últimos anos por Jair Bolsonaro, principalmente após a pandemia de Covid-19.
Este novo grande afago de Lula em prol da economia chinesa veio acompanhado de 15 acordos entre os países e mais 20 acordos entre empresas e entes públicos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A política externa é o forte de Lula, um dos governantes mais famosos do mundo e que conhece as regras do jogo. Um dia depois de reclamar do uso do dólar como moeda-padrão do comércio internacional, Lula avisou que “ninguém vai impedir o Brasil de estreitar sua relação com a China”. Sua aproximação à Xi Jinping é da maior importância, porque vai obrigar os Estados Unidos a serem mais generosos com seu maior parceiro no Hemisfério Sul. O importante é que o Brasil voltou ao tabuleiro no xadrez da política internacional. Agora, vamos aguardar as próximas jogadas. (C.N.)