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segunda-feira, maio 09, 2022

Putin defende ofensiva na Ucrânia durante celebração do Dia da Vitória na Rússia


O presidente russo, Vladimir Putin, acompanha o desfile militar em Moscou no Dia da Vitória (AFP/Mikhail METZEL) (Mikhail METZEL)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira (9) a ofensiva na Ucrânia e criticou Kiev e os países ocidentais, ao mesmo tempo que tentou estimular o patriotismo da população e seu apoio à campanha no Dia da Vitória.

Em um discurso no início do grande desfile militar anual na Praça Vermelha de Moscou que comemora a vitória soviética sobre os nazistas em 1945, Putin afirmou que o exército do país luta na Ucrânia para defender a "pátria" contra uma "ameaça inaceitável" representada pelo país vizinho, apoiado pelo Ocidente.

Ao falar diretamente para as Forças Armadas, ele declarou: "Vocês lutam pela pátria, por seu futuro".

Dois meses e meio depois do início do conflito, os combates se concentram no leste do país. A Rússia reduziu as ambições de tomar rapidamente o país e a capital, Kiev, diante da forte resistência das tropas ucranianas, armadas pelos países ocidentais.

O presidente russo também relaciona o conflito na Ucrânia com o que aconteceu em 1945 e não esquece de classificar o adversário como neonazista.

Diante de milhares de soldados que participaram no desfile, Putin voltou a justificar a decisão de iniciar a ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro, alegando que Kiev preparava um ataque contra os separatistas pró-Rússia no leste do país, queria desenvolver a bomba atômica e recebia apoio da Otan.

"Estava sendo formada uma ameaça totalmente inaceitável, diretamente, em nossas fronteiras", declarou, antes de voltar a acusar o país vizinho de neonazismo e classificar a ofensiva de "resposta preventiva".

"Foi a única decisão correta possível", acrescentou.

- O símbolo "Z" -

Desde a chegada ao poder de Vladimir Putin em 2000, o tradicional desfile de 9 de maio celebra tanto a vitória soviética sobre a Alemanha nazista como a força da Rússia após a humilhação da queda da URSS.

Em Moscou, as forças de segurança, mobilizadas ao longo do percurso da marcha no centro da cidade, exibiam no ombro direito a letra "Z", que virou símbolo dos partidários da ofensiva na Ucrânia, pois está pintada nos veículos das unidades no conflito.

No desfile de Novosibirsk, na Sibéria, veículos da Segunda Guerra Mundial, também com a letra "Z", percorreram a cidade.

Putin transformou o 9 de maio em uma data patriótica para os russos, embora a URSS tenha perdido 27 milhões de cidadãos na guerra.

Ao mencionar o terrível balanço, o presidente russo afirmou nesta segunda-feira que dever da Rússia evitar outro conflito mundial.

"Nosso dever é preservar a memória daqueles que esmagaram o nazismo (...) e fazer todo o possível para que o horror de uma nova guerra mundial não volte a acontecer", disse.

Depois do discurso, 11.000 soldados, dezenas de veículos - incluindo lança-mísseis estratégicos - desfilaram pela Praça Vermelha. Também participaram unidades que retornaram da frente de batalha na Ucrânia.

A parte aérea do desfile foi cancelada devido à meteorologia. Estava previsto um voo do "avião do Apocalipse", o Il-80, concebido especialmente para permitir que o presidente russo permaneça no comando país em caso de guerra nuclear.

As autoridades municipais de Moscou anunciaram uma previsão de um milhão de pessoas durante o evento.

bur/oaa/es/me/fp

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