Publicado em 28 de dezembro de 2021 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
A frase que está no título deste artigo é de Juscelino Kubitschek, dita a mim em 1963 para o Correio da Manhã no início de sua campanha para eleição de 1965 (eleição que não houve), definindo o clima de campanhas eleitorais e de disputas políticas. Ontem, no O Globo, Guilherme Caetano publicou uma reportagem revelando que Jair Bolsonaro e Sergio Moro iniciaram roteiros em busca de apoios de governadores.
Moro busca contar com os governadores de Minas Gerais e Paraná. Bolsonaro espera reunir um número expressivo de governadores estaduais, a maioria contando com o fato de ser presidente da República e possuir a caneta mágica. Nenhuma das duas atitudes significam base política eleitoral sólida.
CAMINHO NATURAL – Pelo contrário, representam uma realidade: que dependem do apoio de outros e invertem a equação que acentua a força dos candidatos. Eles não lutam por apoio, eles aceitam apoios, como JK afirmou, pois no momento que candidaturas se firmam, apoios políticos surgem em série. É natural.
O ser humano é assim e política, também definia JK, no fundo é esperança da população, do eleitorado, de melhoria de vida, de poder mudar de posição na sociedade. Buscar apoios, digo, representa um sinal de fraqueza, significa que para decolar é preciso o apoio dos outros.
O candidato que é forte, definia Juscelino, ouve gritar o seu nome em várias esquinas. O ex-presidente que não retornou em 1965 e fez o Brasil dar um salto econômico, conhecia bem a alma do povo e os impulsos que mobilizavam o eleitor. Com Bolsonaro e Moro verifica-se o contrário, estão fracos.
VACINAÇÃO SEGURA – A secretária de Logística do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, matéria de Vinicius Sassine, Folha de S. Paulo, afirma que a vacina para crianças de 5 a 11 anos é absolutamente segura e destaca que o imunizante é um instrumento de proteção e que causa defesa contra o coronavírus e suas variantes.
Rosana Leite de Melo contraria o questionamento de Marcelo Queiroga sobre a segurança da vacina. Queiroga, por sua vez, de forma insensata, repete o presidente da República. A secretária diz também que antes de recomendar a vacinação das crianças contra a Covid-19 os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria foi identificada.
EM DEFESA DA ANVISA – Defendeu também a posição da Anvisa que aprovou a vacina e, dessa forma, contrariou também o estranho plebiscito, revestido de audiência pública, que o ministro da Saúde está realizando no site da pasta que dirige.
Rosana acrescentou: “Tenho uma filha de 11 anos e vou vaciná-la. Não estão acontecendo reações contrárias em crianças que justifique considerar a vacina algo emergencial. E tem outros interesses contra isso tudo. Essa desconfiança não está confirmada pela realidade”.