Roberto Figueiredo
Chega dessa overdose do ministro Paulo Guedes. Ele fala tanto, tanto, que dá munição para ser criticado por todo tipo de comentarista. Não é possível ficar calado diante de tantas incongruências do ministro da Economia. No início do governo, Guedes chegou a enganar aos desavisados. Nos últimos tempos, porém, passou a dar declarações tão disparatadas que parece estar entrando em desequilíbrio mental.
Há alguns dias, mais uma vez deu declarações discriminando a China, justamente a nação que mais importa produtos do Brasil. O novo chanceler, embaixador Carlos França, teve de entrar em cena para evitar nova crise.
ALTAMENTE PRECONCEITUOSO – A imagem que se tinha de Guedes no início do governo já se dissipou. Hoje, está claro que é mestre em dar tiro no pé. Demonstra ser altamente preconceituoso, pois discriminou as empregadas domésticas, que segundo ele viajavam muito para a Disneylândia, num desperdício de dólares.
Conforme mostrou o jornal El País, as palavras de Guedes foram desmentidas pelo exemplo da estudante Gabriella Juvenal Figueiredo. Seu pai, Jerônimo Figueiredo, era porteiro de um prédio de luxo em Ipanema, onde recebeu moradia. A mãe, Maria José Juvenal, trabalhava como empregada doméstica no bairro.
“Teve uma vez que eu estava brincando com outras crianças do prédio quando uma delas, no meio de conversa sobre viagens, disse: ‘Você nunca vai pra Disney, né? Vocês não têm dinheiro’. Por isso, eu achava que esse negócio de viajar não era pra mim”, diz Gabriella.
UMA ALUNA EXEMPLAR – A jovem carioca mal sabia que seu mundo iria se expandir para muito além do parque de diversões na Flórida —que ela nunca quis visitar.
Prestou vestibular e ganhou uma bolsa para o Curso de Letras na PUC-RJ. Hoje vive em Pamplona, na Espanha, sede da Universidade de Navarra, onde está prestes a concluir mestrado em História da Arte.
“A elite não aceita que a filha do porteiro estude no exterior ou divida a sala da universidade com seus filhos. Infelizmente, tive de aprender a sobreviver ao lado dessas pessoas que te olham por cima do ombro”.
VENDER AS ESTATAIS – Voltando ao trêfego Guedes, o ministro quer vender todas as empresas estatais a qualquer custo, para entregar a seus parceiros nacionais e estrangeiros. Ele e o ministro Tarcísio Freitas, que no leilão mais recente bateu com tanta força que quebrou o martelo, agora lutam desesperadamente para entregar tudo o que puder para empresas estatais da Europa, da Ásia e dos EUA.
Os dois ministros vibraram nos leilões dos aeroportos. Vergonha e falta de patriotismo, de amor pelo Brasil. Isso eles não têm.
Esse ministro Guedes só falava em economizar R$ 1 trilhão anual com a Reforma da Previdência, aquela que tirou direitos dos aposentados. Mas só com os pobres ele é valentão. No Congresso levou tranco e foi emparedado, não conseguiu passar o fim do INSS, para implantar o modelo de Capitalização da Previdência, idealizado pela equipe que integrou no Chile do ditador Pinochet e hoje falido lá. Se vingasse aqui, seria um massacre e o término da aposentadoria.
MAIS UM GENOCIDA – Sobre esse tema, Guedes teve a desfaçatez de declarar que a ciência médica avançou muito, com as pessoas idosas vivendo mais, chegando aos 100 anos, e o governo tem prejuízo, segundo sua ótica desumana, ao gastar com pessoas improdutivas. Disse que o Estado e o SUS não aguentam essas despesas. O que esse ser perverso queria dizer com isso?
O Ministro está com 71 anos. Segundo sua teoria da destruição dos idosos, logo estará está dando prejuízo para o sistema produtivo? Ou não?
Sinceramente, o desempenho desse economista é ruim na gestão e terrível no que se refere à humanidade e ao amor pelas pessoas que já deram muito pelo país.
Eu não esperava viver tanto para ouvir tamanho absurdo, dito por um ministro da Economia. Não acredito em mais nada do que ele fala. Mentiroso contumaz. Aguardo pacientemente o ano de 2022, para esse monstro voltar só ostracismo de onde veio.