Publicado em 31 de maio de 2021 por Tribuna da Internet
Augusto Fernandes
Correio Braziliense
O presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão reforçaram os sinais de estremecimento na relação pessoal, corroborando os indícios de um futuro rompimento entre os dois. Em uma semana marcada por crises envolvendo atuais e ex-ministros do governo, ambos adotaram uma postura diferente e sequer se falaram sobre as polêmicas que atingem em cheio o Palácio do Planalto.
A demonstração mais evidente da falta de sintonia entre Bolsonaro e Mourão foi o episódio envolvendo o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
DUAS OPINIÕES – O presidente tem feito o possível para livrar o general de uma punição do Exército pela presença dele em uma manifestação a favor do governo, no último domingo. Organizou até uma reunião, sem convidar o vice, com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, para defender Pazuello.
Em contrapartida, Mourão não esconde o incômodo com a participação do ex-ministro no ato. Conforme disse, o Exército precisa dar uma resposta para não banalizar a participação de integrantes das Forças Armadas em outros atos políticos e “evitar que a anarquia se instaure”.
“Assim como tem gente que é simpática ao governo, tem gente que não é. Então, cada um tem que permanecer dentro da linha que as Forças Armadas têm que adotar. As Forças Armadas são apartidárias, elas não têm partido, o partido das Forças Armadas é o Brasil”, frisou Mourão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Está mais do que claro. Realmente, é preciso punir o general Pazuello. Todos os oficiais-generais deveriam exigir que ele seja submetido ao rigor das normas militares, que têm força de lei. O único oficial-general que não tem moral para pedir punição de Pazuello é o vice Hamilton Mourão, que desmoralizou essas regras quando estava na ativa e não foi punido, porque era amigo íntimo do então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Suas transgressões ocorreram em 2015 (elogiar o coronel torturador e assassino Brilhante Ustra) e em 2017 (defender a possibilidade de uma intervenção militar). Agora, o general Mourão se faz de Soninha Toda Pura e insiste em defender a punição de Pazuello, que realmente merece, porém Mourão não deveria ter a desfaçatez de se fingir de cumpridor de regras. (C.N.)