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terça-feira, maio 25, 2021

Capitã Cloroquina contradiz Pazuello, que soube da falta do oxigênio dois dias antes

Publicado em 25 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, depõe à CPI da Covid no Senado Foto: Pablo Jacob / O Globo

Mayra defendeu o uso da cloroquina na pandemia

Marcela Mattos, Beatriz Borges e Luiz Felipe Barbiéri
G1 — Brasília

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (25), a Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello soube sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro deste ano.

A declaração contradiz versão dada por Pazuello à CPI na semana passada, quando ele sustentou que apenas teve conhecimento da situação na noite do dia 10 de janeiro.

TROCA DE DATAS – “Eu estive em Manaus até o dia 5 [de janeiro]. O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus creio que no dia 8, e ele me perguntou: ‘Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?’”, afirmou a secretária.

Em janeiro deste ano, o número de internações por Covid disparou na cidade, as unidades de saúde ficaram superlotadas, e pacientes morreram por falta de oxigênio. Diante do colapso de saúde em Manaus, o ex-ministro somente foi ao Amazonas em 11 de janeiro, quando anunciou um plano de contingência.

Mayra Pinheiro disse que, enquanto esteve em Manaus, de 3 a 5 de janeiro, não foi informada pelo governo local sobre a iminência da falta de oxigênio hospitalar.

CONFIRMAÇÃO – “Eu confirmei a informação com o secretário estadual de Saúde, perguntando: ‘Secretário, por que, durante o período da minha prospecção, não me foi informado?’”, relatou à CPI.

A versão de que Pazuello soube antes sobre a situação calamitosa em Manaus também foi contada por Mayra Pinheiro ao Ministério Público Federal, no âmbito do inquérito em que é investigada sobre o colapso na capital amazonense.

“O secretário [de Saúde] Marcellus [Campêlo] me comunicou que ele havia recebido no dia 8, de madrugada, um informe por e-mail da White Martins dizendo que havia um problema da rede, que a quantidade de litros de oxigênio que estava sendo usada estava sendo muito maior do que aquela que a rede poderia oferecer. E aí ele entrou em contato com o ministro Pazuello”, disse Mayra ao MPF.

‘ERRO’ DE SERVIDOR – O próprio Ministério da Saúde formalizou, em ofício, que Pazuello teve conhecimento sobre o desabastecimento em Manaus no dia 7 de janeiro. À CPI, o ex-ministro disse que essa foi uma informação equivocada de um servidor da pasta e que o erro foi reconhecido.

“Isso é o papel, escrevendo. Agora, eu estou falando pessoalmente aqui sobre esse assunto. O telefonema do secretário de Saúde para mim no dia 7, à noite, foi exclusivamente para apoio logístico de transporte de tubos de oxigênio que iam para o interior do Amazonas, saindo de Belém para Manaus”, disse Pazuello.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A CPI da Covid corre o risco de se tornar repetitiva e monótona. É preciso trabalhar com seriedade e evitar os excessos. Comparar o que acontece agora no Brasil com o holocausto dos judeus é uma afronta histórica, totalmente desnecessária. Apenas isso. (C.N.)

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