Flávio José Bortolotto
Entre seguir as diretrizes do Neoliberalismo Laissez-Faire e deixar o preço dos derivados do petróleo, especialmente o óleo diesel, flutuar conforme o preço internacional ao câmbio atual, e seguir o destino do ex-presidente Mauricio Macri, da Argentina, que não se reelegeu por grande margem, o presidente Jair Bolsonaro sabiamente interveio no mercado para estabilizar volatilidade de preços.
Tomou uma medida nacional-desenvolvimentista semiestatal, e está certo. Agora, necessita dar um bom aumento real no salário mínimo – de 20% acima da Inflação prevista para 2022 – e estará “pelada a coruja”.
FIM DO GOVERNO – Uma greve geral de caminhoneiros agora, desabastecendo o país, seria o fim do governo Bolsonaro, ou de qualquer governo em idêntica siituação.
Somente um político despreparado como o até então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para dizer que o movimento dos caminhoneiros não é problema da Petrobras… Só podia dar com os burros na água mesmo.
Já livre de Castello Branco e apoiado em forte base aliada, agora o governo tem os votos e deveria aprovar com urgência uma nova emenda de guerra anticovid-19″/2021, como se aprovou a anterior em 2020, e usar monetização de dívida pública no valor inicial de 5% do PIB = R$ 400 bilhões, para financiar um miniPlano Marshall e reativar obras paradas, infra-estrutura em geral e desfavelização construção de casas populares etc.
PROCESSO SIMPLES – A monetização de dívida pública via Banco Central se processa assim: como ocorre no uso da dívida púbica comum, o Tesouro emite Títulos da Dívida Pública que são vendidos no open market, e o total é creditado na conta do Tesouro. Assim, o devedor é o Tesouro e o credor são os operadores do open market (bancos, financeiras, seguradoras, corretoras etc.).
Em outra forma de monetização da dívida pública, o Tesouro emite Títulos da Dívida Pública que são vendidos para o próprio Banco Central num curto-circuito, sendo então devedor o Tesouro (União), e credor o Banco Central (também a União). Ora, uma dívida pública onde o devedor é a União e o credor, a mesma União, se anula, tornando-se mera dívida contábil.
Até chegarmos próximo ao pleno emprego, com o fim da capacidade ociosa das empresas em três turnos, não haveria pressão inflacionária. E fazendo algo assim, a reeleição do governo Bolsonaro seria um passeio na pista.