José Carlos Werneck
Num linguajar pouco jurídico e que contraria toda a sua trajetória de vida, marcada pelo equilíbrio e serenidade, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, chamou de “bolsonaristas fascistoides, além de covardes e ignorantes”, os dois homens que foram presos, nesta quinta-feira, por ameaçar de morte juízes, promotores e procuradores do Distrito Federal.
Num e-mail enviado a membros do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios estava escrito que o “o Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso. Por esse motivo, a partir de agora, serão resolvidos através da execução do Estado de Sítio”.
AMEAÇA DE MORTE – “Por isso, convocamos a população para matar em legítima defesa de si mesmo e da pátria políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, amigos, protetores, e demônios de toda sorte”, ressaltava o texto.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal acionou a Polícia Civil de Brasília, que prendeu duas pessoas na manhã desta quinta-feira. Segundo informaram as autoridades policiais, os detidos afirmaram que receberam auxílio para a impressão de materiais e pagamento do aluguel do escritório, que foi alvo da operação, cuja locação tem valor médio de R$ 5 mil, mas não informaram nomes dos mandantes.
“Percebemos que está havendo um aumento na agressividade das ameaças proferidas pela internet como um todo. Em geral, acreditam na impunidade. Mas a Polícia Civil avisa: a internet não é terra sem lei”, declarou o delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, Giancarlos Zuliani.
“FACE CRIMINOSA” – Para o até agora sereno e imparcial magistrado Celso de Mello, os autores das ameaças mostram “a sua face criminosa, própria de quem abomina a liberdade e ultraja os signos da democracia”.
As declarações de Celso de Mello foram publicadas no jornal “Folha de S. Paulo”. Ele é é o relator do inquérito que investiga as acusações levantadas pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que o presidente da República Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
###
NOTA DA REDAÇAO DO BLOG – Esses agitadores cometeram diversos crimes, e o mais leve é o de ameaça (Art. 147). Aliás, o mesmo crime cometido pelo presidente Jair Bolsonaro – em menor escala, claro – ao ameaçar de demissão o então ministro Sérgio Moro. (C.N.)
NOTA DA REDAÇAO DO BLOG – Esses agitadores cometeram diversos crimes, e o mais leve é o de ameaça (Art. 147). Aliás, o mesmo crime cometido pelo presidente Jair Bolsonaro – em menor escala, claro – ao ameaçar de demissão o então ministro Sérgio Moro. (C.N.)