'Quando olhei, ele estava desacordado', conta taxista que teve veículo atingido
Júlia Vigné
julia.vigne@redebahia.com.br
Um ônibus da empresa de turismo Privê Tur colidiu contra um poste na Rua Barão de Itapuã, no bairro da Barra, em Salvador, no fim da tarde desta quarta-feira (1º), após o condutor desmaiar ao volante. Por conta do acidente, a energia elétrica de um trecho da rua e da Avenida Sete de Setembro, na orla, foi interrompida.
Antes de atingir o poste, o motorista também colidiu contra um táxi. O taxista, que se identificou apenas como Clodes, contou que após a batida, o ônibus saiu em zigue-zague até bater novamente na estrutura fixa.
“Quando eu olhei para ele, ele já estava desacordado. Quando vi que ele vinha em minha direção, acionei os freios, mas ele já estava mal quando bateu”, contou.
Equipes da Coelba foram enviadas ao local trabalhando para normalizar o fornecimento da energia elétrica. De acordo com a empresa, o acidente ocorreu às 17h47.
Além da Coelba, estavam no local uma viatura da Polícia Militar e da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador).
Parte da orla da Barra também ficou sem luz por conta da colisão (Foto: Arisson Marinho / CORREIO)
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Dois vendedores de um ponto de acarajé que fica a cinco metros do local contaram ao CORREIO que o ônibus levava aproximadamente 10 pessoas e que ninguém mais ficou ferido.
O motorista do ônibus foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE). A suspeita é de que ele teve um mal súbito, mas não há mais informações sobre o estado de saúde do motorista.
“Foi o guia turístico que socorreu o motorista do ônibus. Quando ele bateu, foi apagando tudo. Fez um barulho enorme. Ele bateu em um táxi primeiro antes de bater no poste e estava desacordado e imóvel”, contaram os funcionários.
Quando a reportagem chegou ao local, a luz interna e a lanterna do farol do ônibus ainda estava acesa. A batida foi frontal e amassou o para-choque dianteiro do carro.
Um funcionário da Privê Tur estava no local mas não soube informar o itinerário que o ônibus fazia, a quantidade de pessoas que estava no ônibus ou o estado de saúde do motorista.
Além de frustrar quem queria passar a noite no trecho da orla que ficou sem luz, o acidente também prejudicou o acesso a serviços na região. Apesar da barraquinha de acarajé ainda estar aberta e com clientes, o proprietário da empresa de mergulho Submerso Esportes Aquáticos, Robson Oliveira, não teve tanta sorte.
Na hora da colisão, Robson estava subindo os equipamentos utilizados no dia e se preparando para desligar os equipamentos, o que não pode ser realizado. “Nós temos o compressor de mergulho e o ar-condicionado daqui e não podemos ir embora antes de conferir se alguma coisa queimou e desligar tudo. Vou ter que ficar aqui até que a luz retorne para checar isso e acabei atrasando o meu dia”, comentou.
Ele explicou que, com a colisão, os fios de alta tensão acabaram “se juntando”, o que acabou resultando num curto-circuito. “Os fios têm um espaçamento justamente para não ficarem juntos. Com a batida, eles se entrelaçaram e acabou que ficamos sem energia. A caixa de energia estourou na hora”, relatou.
Ele disse que o impacto poderia ser maior se a fila usual que existe no local para a loja de acarajé e de pastel estivesse formada na hora da colisão. “Geralmente, essa fila fica enorme e na direção do poste mesmo. Ainda bem que não tinha ninguém, porque o impacto poderia ser ainda maior”.
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