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sexta-feira, março 01, 2019

Sem a influência dos filhos, a tendência do governo Bolsonaro é acertar os ponteiros


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Somente agora Bolsonaro pode dizer aos ministros: “Enfim, sós”
Carlos Newton
Aqui na “Tribuna da Internet” muitos comentaristas reclamam que saem muitas críticas a Bolsonaro, como se estivéssemos torcendo contra o governo, mas não é por aí. Nossa estratégia é mais do que conhecida. Somente criticamos o governo quando ele erra. Seguimos a linha do comentarista Antonio Santos Aquino, que sabiamente costuma recomendar: “Antes de tudo, é preciso torcer pelo Brasil”. Aquino é oficial da Marinha de Guerra e não tem a menor simpatia por Bolsonaro, mas sabe reconhecer quando ele erra ou acerta. Pois é assim que nos posicionamos editorialmente. Como dizia Carlos Imperial, “sem liberdade de elogiar, nenhuma crítica é válida”.
Por exemplo, no domingo, dia 23,  elogiamos aqui a decisão de impor limites aos três filhos de Bolsonaro, uma informação dada com absoluta exclusividade pela TI (“A festa acabou e os três filhos de Bolsonaro não mais terão influência no governo”). A nosso ver, foi a notícia mais auspiciosa desde a posse de Bolsonaro.
ENFIM, SÓS – Com os filhos fora do circuito, rapidamente as coisas se normalizaram no Planalto. Bolsonaro logo se recompôs com o vice Hamilton Mourão, de quem estava afastado há mais de um mês, e lhe delegou a responsabilidade de representar o Brasil na reunião do Grupo de Lima, para evitar que o chanceler Ernesto Araújo exagerasse em sua adoração aos Estados Unidos e ao presidente Donald Trump.
Nesta quinta-feira, sem nenhum filho dar faniquito, Bolsonaro acertadamente mandou afastar a cientista política Ilona Szabó, que o ministro desastradamente convidara para participar do governo, mesmo sabendo que ela defende o desarmamento da população, como se vivêssemos na Escandinávia. Moro viajou na maionese, como se dizia antigamente.
OS DESAFIOS – Na avaliação unânime do núcleo duro do Planalto (Augusto Heleno, Mourão, Santos Cruz, Onyx e o novato Floriano Peixoto, general de três estrelas que está entrando em campo para substituir Gustavo Bebiano), os principais desafios são a reforma da Previdência e a contenção da dívida pública (interna e externa), que virou ameaça.
Temos reclamado aqui na TI que no governo ninguém aborda no assunto dívida pública. A esse respeito, nosso amigo Mário Assis Causanilhas, ex-secretário estadual de Administração do RJ, opinou que pode ser uma estratégia de governo – primeiro, resolve-se a Previdência, depois a dívida. Faz sentido. Então, vamos aguardar.
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P.S 1 
– De toda maneira, é preciso ter consciência de que a dívida pública interna federal fechou em 2018 no patamar acima de R$ 5.5 trilhões (sem estados e municípios). E a dívida externa total, incluindo bancos e empresas privadas, ficou em R$ 556 bilhões no ano passado.
P.S. 2 – São números assustadores, pois impedem que haja planejamento administrativo. E esta é a maior frustração do primeiro governo militar democrático do país. Se não equacionar a dívida, não tem como governar. Aliás, este foi um dos principais motivos do desentendimento entre Bolsonaro e o então ministro Bebianno, que ia anunciar obras caríssimas na Amazônia, sem que houvesse recursos disponíveis. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

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