Deu no Correio Braziliense(Agência Estado)
O vice-presidente Hamilton Mourão disse ontem, em entrevista à Rede TV, que o tempo colocará os filhos do presidente Jair Bolsonaro em suas funções. Ele comentou que pela primeira vez o Brasil tem um presidente com três filhos envolvidos em política e que é natural que cada um expresse a sua opinião.
“O presidente Bolsonaro é o primeiro presidente na história da República que tem três filhos políticos, cada um no seu nível, um senador, um deputado federal e um vereador. É natural que os filhos expressem a sua posição. É uma família unida, é uma família que viveu o trauma do pai quase ter sido assassinado. Eu acho que o tempo vai colocar cada um na sua função sem maiores problemas”, afirmou.
CONTROLE – No mês passado, o vice-presidente chegou a dizer que Bolsonaro teria de controlar os seus filhos, depois que um deles (Carlos, o O2), chamou de mentiroso o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno nas mídias sociais.
Durante a entrevista, ontem, Mourão falou ainda sobre a relação Brasil-China e a necessidade de haver confiança entre os dois países para que ocorra o que chamou de “ganha ganha” na relação comercial. Perguntado também sobre a possibilidade de uma Lava jato no STF, o vice-presidente afirmou que seria “leviano” falar nisso.
REELEIÇÃO – Aprovar reformas e dar uma sensação maior de segurança à população poderão fazer o presidente Jair Bolsonaro tentar um segundo mandato, disse Mourão na entrevista à RedeTV. O vice destacou, no entanto, que Bolsonaro não pretende concorrer à reeleição neste momento.
“Se a gente, nos próximos dois anos, conseguir zerar o déficit fiscal, passar as reformas que forem necessárias, dar uma sensação de segurança maior às pessoas nas ruas, nós teremos cumprido grande parte da nossa tarefa e isso poderá acender no presidente a visão de que, para cumprir o trabalho, ele precisa de outro mandato”, declarou Mourão. Ele afirmou que, se Bolsonaro quiser, ele está disposto a concorrer a um novo mandato como vice na chapa.
IMPEACHMENT – Após uma semana de polêmicas com o presidente nas redes sociais, o vice tentou afastar o discurso que defende o impeachment de Bolsonaro. “Não quero crer nisso aí, até porque o presidente Bolsonaro jamais fará por merecer sofrer o impeachment”.
Ao falar da mudança no sistema de aposentadoria dos militares, o vice declarou que o assunto já está “pacificado” nas Forças Armadas. Ele pontuou que o projeto a ser enviado ao Congresso até o próximo dia 20 vai estabelecer o aumento no tempo de serviço de 30 para 35 anos, o estabelecimento de contribuição para pensionistas e o aumento na alíquota de contribuição ao longo dos próximos dois ou três anos para se igualar aos civis. “O grupo militar, coerente com seu espírito de sacrifício, vai fazer parte dele para cooperar com o equilíbrio das contas no País”, disse Mourão.
EMENDAS – Questionado sobre a negociação com o Congresso para aprovação da reforma da Previdência e de outras propostas, Mourão alertou para o uso das emendas parlamentares como moeda de troca entre o governo e deputados e senadores.
Para ele, o Planalto não pode usar o instrumento “pura e simplesmente como mero atendimento do curral eleitoral” e deve se diferenciar de governos anteriores ao conduzir o assunto.
Ontem, o Broadcast Político revelou que o governo prometeu a deputados e senadores que fechará um cronograma de liberação das emendas ainda no primeiro semestre deste ano, durante a tramitação da reforma da Previdência, e garantiu que os recursos não serão contingenciados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nota-se que Mourão vai para um lado e o governo vai para outro. A reforma da Previdência jamais será aprovado se não houver o “toma lá dá cá”. Mourão pode sonhar, porque não é proibido, mas a realidade do Congresso chega a ser deprimente. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nota-se que Mourão vai para um lado e o governo vai para outro. A reforma da Previdência jamais será aprovado se não houver o “toma lá dá cá”. Mourão pode sonhar, porque não é proibido, mas a realidade do Congresso chega a ser deprimente. (C.N.)