Pedro do Coutto
Foi uma vitória incontestável a da Mangueira no Grupo Especial das Escolas de Samba. O Sambódromo na Sapucaí tornou-se testemunha de um espetáculo sem falhas e cheio de esplendor. Não faltaram críticas a governos e cobrança para identificar os autores do assassinato da vereadora Marielle Franco. O espetáculo proporcionado pela Estação Primeira ficará para sempre como uma das noites mais brilhantes que passaram pela obra de Oscar Niemeyer.
O desfile foi impecável do início ao fim. Aliás, por falar em final devo ressaltar que o carnavalesco Milton Cunha acertou em cheio a classificação das três primeiras colocadas. Em artigo anterior já havia veiculado a opinião dele, que se confirmou no final do desfile consagrado pela apuração dos votos.
VOOU LEVE… – A Mangueira, para citar um verso de Vinícius de Moraes voou leve no tempo e separou as noites do alvorecer de segunda e terça-feira. Foi uma apresentação sem dúvida emocionante. E provou que a emoção é o maior transporte de uma exibição para consagrar espetáculos que se sucedem ao longo do tempo.
A Mangueira transmitiu às multidões que a assistiram no palco e na televisão uma energia amplamente positiva e uma apresentação de grande beleza. A harmonia acompanhou a escola naquela gloriosa madrugada.
OUTRO ASSUNTO – Há emoções positivas e outras negativas. Enquanto a Mangueira brilhava na Sapucaí e na televisão, o presidente Bolsonaro causava uma reação muito forte com o vídeo que ele divulgou. A reportagem de página inteira em O Globo, foi de Bruno Goes, Daniel Gullino e Karla Gamba. O vídeo obsceno postado por um presidente da República também ficará na história do país.