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quarta-feira, março 13, 2019

Brasil está falido e não aguenta mais pagar a nomenklatura e a dívida pública


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Charge do Junião (Arquivo Google)
Carlos Newton
Na criatividade da ficção, tudo é possível, como “tudo certo como dois e dois são cinco”. na forma poeticamente sugerida por Caetano Veloso na canção celebrizada por Roberto Carlos. Mas na vida real a aritmética não perdoa e a contabilidade se divide entre “deve” e “haver” no livro-caixa. Ou débito e crédito no linguajar bancário. No caso do Brasil, a situação é sinistra, porque as contas não batem e são maquiadas e camufladas para atender a interesses inconfessáveis. Mas agora terá de acontecer um desfecho.
Como ensinava Adam Smith no Século XVIII, a gloriosa Era do Iluminismo, a “mão invisível” do mercado está cobrando dos brasileiros uma definição que a equipe econômica do governo tenta desesperadamente adiar, ocultar e desconhecer.
HORA DA VERDADE – O ministro Paulo Guedes procura se apresentar como ilusionista, mas o resultado é patético. Já se sabe que a crise econômica não será resolvida com a reforma da Previdência e a desoneração dos orçamentos do governo federal, estados e municípios. Não passam de paliativos, apenas engodos. Somente os otários de sempre é que acreditam nesse tipo de truque.
A realidade é que o país (leia-se: o contribuinte) não aguenta mais sustentar a nomenklatura estatal, porque a gastança ultrapassou todos os limites e a mordomia desses privilegiados vem sendo sustentada pela dívida pública bruta, que engloba União, INSS, estados e municípios.
E não é por mera coincidência que se indica o Poder Judiciário como responsável pelo maior rombo nos gastos públicos. Isso é “a coisa mais certa de todas as coisas”, como os mesmos Caetano Veloso (autor) e Roberto Carlos (intérprete) dizem em “Força Estranha”, pois o desperdício de dinheiro no Judiciário é realmente a mais estranha força que conduz este país para a falência.
CONSELHO DE JUSTIÇA – O maior exemplo de abuso de recursos públicos é o Conselho Nacional de Justiça, um órgão meio ficcional, com reuniões esporádicas e pouco de concreto a deliberar.
Sua função é nebulosa, etérea e impalpável, pois “visa aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro”, com a missão de “desenvolver políticas judiciárias que promovam a efetividade e a unidade do Poder Judiciário, orientadas para os valores de justiça e paz social”.
Em tradução simultânea, trata-se de um órgão que nada faz, salvo processar e julgar esporadicamente algum juiz  que se transforme em “bandido de toga”, como diz a ex-ministra Eliane Calmon, ou algum serventuário que cai no desvio.
GASTANÇA – Acredite se quiser. Para cumprir essa fatigante missão de processar e aposentar algum magistrado infrator, pois a punição máxima é a aposentadoria precoce, que equivale a um prêmio, o Conselho hoje emprega aproximadamente 800 pessoas, entre servidores e terceirizados auxiliares. Para comandar essa tropa há cerca de 200 cargos de comissão, ou seja, um chefe para cada quatro trabalhadores.
O mais incrível são os salários, que não respeitam o teto constitucional do Supremo (R$ 39,9 mil). Fizemos uma pesquisa rápida e apenas na letra A encontramos 17 salários acima de R$ 25 mil, incluindo a remuneração de um dos conselheiros, o advogado André Luís Godinho, que em janeiro recebeu R$ 56,9 mil, brutos.
Há servidores com R$ 48,8 mil, como Alison Medeiros da Silva, chefe de Divisão. Mas nem precisa ter cargo de destaque para receber acima ou perto do teto constitucional. A assessora Agatha Soares da Silveira ganhou em janeiro R$ 42,7 mil, o assistente Alexandre Gomes Carlos levou 32,4 mil, a analista Aline Luiz dos Santos recebeu R$ 38,5 mil, é um verdadeiro festival de altos salários pagos pelo otário do contribuinte.
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P.S. – O prédio do CNJ é um palácio de vidros fumês, naquela padrão faraônico de Brasília. É claro que o Brasil não poder ir à frente desse jeito. Bolsonaro se equivocou ao colocar o banqueiro Paulo Guedes para controlar a economia. Já ficou claro que ele defende a preservação do direito dos ricos e das elites da nomenklatura. É uma espécie de Justo Veríssimo em versão econômica, e seu objetivo é que os pobres se explodam. União, estados e municípios, se fossem empresas privadas, já estariam falidos (C.N.)

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