Estado de S. Paulo
Cercado por fraudes, Segundo Tempo turbina caixa e políticos do PC do B
Principal programa do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, o Segundo Tempo, além de gerar dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PC do B), legenda à qual é filiado o ministro. A reportagem do Estado foi conhecer os núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina. A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.
As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas. Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.
No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de "inclusão social" e "desenvolvimento integral do homem". Tem como prioridade atuar em áreas "de risco e vulnerabilidade social", criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias. O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas pelo partido e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.
Chuteiras novas à espera de um gramado
Duas ONGs de fachada, 32 núcleos esportivos fantasmas e 3,2 mil crianças enganadas. Esse é o saldo de dois convênios do programa Segundo Tempo no Distrito Federal. Metade do dinheiro foi liberada, as crianças preencheram fichas de inscrição, os projetos foram usados como propaganda eleitoral por políticos do PC do B, mas nunca saíram do papel.
Os núcleos esportivos deveriam funcionar em Ceilândia (cidade satélite do DF) e Novo Gama (cidade goiana). Um deles espera até hoje por um campo de futebol - por enquanto, só há mato e promessas. O vice-presidente do PC do B local, Apolinário Rebelo, usou o programa para fazer campanha e tentar se eleger deputado distrital depois de ter sido diretor de Esporte Universitário no Ministério do Esporte.
Fã do craque Robinho, o menino Rafael dos Santos Lima, 12 anos, ganhou no ano passado um par de chuteiras de R$ 60 comprado em prestações por sua mãe, a diarista Maria Ruth. O jovem queria usá-las no Segundo Tempo prometido no seu bairro, chamado América do Sul, na periferia do Novo Gama. Rafael não conseguiu até agora chutar uma bola no local. Ele está entre as crianças que preencheram as fichas de inscrição, mas não sabem o que é o Segundo Tempo.
Ministério defende seus critérios e culpa entidades
O Ministério do Esporte responsabilizou as entidades contratadas pelas falhas no Programa Segundo Tempo. Segundo o ministério, não há previsão de início das atividades dos convênios para a região do Distrito Federal mencionados na reportagem do Estado.
Em resposta ao jornal, argumentou que as ONGs de Ceilândia e Novo Gama - que já receberam metade dos recursos, mas não deram início ao programa - ainda não cumpriram algumas exigências. "Cabe à entidade parceira promover a estruturação do projeto", informou o ministério.
Em relação ao Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec), do Novo Gama (GO), que recebeu já R$ 393 mil, o ministério afirmou que "a área técnica concluiu pela existência de pendências em ações essenciais". "No momento não há previsão para a ordem de início."
Já sobre o convênio com a Associação Ação Solidária e Inclusão Social, de Ceilândia (DF), informou que a entidade não iniciou "sequer o cadastramento dos recursos humanos e beneficiados".
ONG recebe R$ 4,2 mi e abandona núcleos
No Piauí, a logomarca do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, está estampada em muros de núcleos improvisados com tijolos e bambus. Alguns desses núcleos estão abandonados, cheios de detritos, mas têm algo em comum: apesar da precariedade, são controlados pela Federação das Associações dos Moradores do Piauí (Famepi), subordinada ao PC do B.
A entidade tem um contrato de R$ 4,2 milhões com o governo federal, sem licitação, para montar 126 núcleos e beneficiar 12 mil crianças. Seu presidente é Raimundo Mendes da Rocha, dirigente do PC do B no Piauí. Pelo menos nove integrantes da direção da federação fazem parte do comando regional do partido. Essas pessoas são designadas para coordenar o Segundo Tempo nos bairros cadastrados no Ministério do Esporte. E todas trabalharam em 2010 pela reeleição do deputado federal Osmar Júnior, presidente regional do PC do B, líder do partido na Câmara e aliado do ministro Orlando Silva.
Governo de São Paulo planeja Linha Amarela até o Campo de Marte
Após os projetos de monotrilho e trem expresso para, respectivamente, os Aeroportos de Congonhas e Cumbica, o Estado agora planeja uma ligação sobre trilhos para o Campo de Marte, na zona norte da capital. O terminal seria atendido pelo prolongamento da Linha 4-Amarela, hoje com o trajeto Luz (centro)-Vila Sônia (zona oeste).
Há duas possibilidades para o prolongamento da Linha Amarela. A ligação até o Campo de Marte é a principal delas. Outra é de que esse ramal, que hoje termina na Estação da Luz, onde faz interligação com a Linha 1-Azul e com a CPTM, siga até a cidade de Guarulhos.
“Vamos dar continuidade à Linha 4-Amarela a partir da Luz. Discute-se se vai em direção a Guarulhos ou até o Campo de Marte, em busca do TAV (trem de alta velocidade, também chamado trem-bala)”, diz o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
Linha futurista para esquecer tragédia: a 1ª viagem na Estação Pinheiros
A Estação Pinheiros do Metrô virou manchete em 12 de janeiro de 2007. Uma grande cratera soterrou o canteiro de obras, engoliu veículos e matou sete pessoas, na maior tragédia da história do metrô paulistano. Após quatro anos, o cenário é bem diferente. O imenso buraco hoje se transformou em prédio de vidros e aço, preenchido com escadas rolantes. Tem traços modernos, lembrando uma arena futurista. Tudo à espera de passageiros, que surgirão em maio.
A reportagem do Estado foi a primeira a realizar uma viagem pela Linha 4-Amarela, passando pela estação. Foram 5,3 quilômetros entre a Paulista (já em operação) e a Butantã, que deve ser inaugurada um mês antes da Estação Pinheiros.
A insustentável arte de 'desencarnar'
Nada de ajuste fiscal, juros altos ou cotoveladas na base aliada. Cinquenta dias após deixar o Palácio do Planalto, o que atormenta mesmo a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma teimosa goteira dentro de seu apartamento de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Sem avarias no relacionamento com a presidente Dilma Rousseff, ele atribui as "fofocas" sobre atritos entre criador e criatura à tentativa da oposição de criar fatos.
Enquanto lia A Nova Toupeira, de Emir Sader, que trata dos desafios da esquerda na América Latina, o ex-presidente reclamava com o assessor Paulo Okamotto da falta de pedreiro para consertar a goteira de três anos e traçava planos para o Instituto Lula. Quer criar um portal na internet e instalar um Memorial das Lutas Sociais no centro de São Paulo, na região conhecida como Cracolândia. Tenta encontrar um imóvel com o auxílio do prefeito Gilberto Kassab, que pode migrar do DEM para o PSB.
Disposto a não causar embaraços a Dilma, a quem chama de "essa menina", Lula faz de tudo para protegê-la. Na quarta-feira, dia da votação do salário mínimo de R$ 545 na Câmara, ele conversou com a herdeira várias vezes por telefone, do Rio, e transmitiu uma série de orientações. Na quinta, ligou para cumprimentá-la pela vitória no primeiro teste parlamentar. "Foi justo o que foi aprovado. As centrais sindicais não podiam quebrar as regras. Acordos são para ser cumpridos porque, se você não age assim, perde o respeito", afirmou.
‘Números oficiais não refletem realidade das contas públicas’
Um dos principais contribuintes do programa econômico do PSDB na eleição de 2010, o economista Gesner Oliveira nega que a proposta de um salário mínimo de R$ 600, derrotada na Câmara na semana passada, seja demagógica. "Deve ser vista em conjunto com propostas muito mais audaciosas de corte de gastos", afirmou ao Estado.
Presidente da Sabesp na administração José Serra em São Paulo e presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na gestão FHC, avalia que o corte orçamentário de R$ 50 bilhões anunciado pela equipe econômica foi "insuficiente" e diz não haver credibilidade nas estatísticas fiscais feitas pelo governo.
Qual avaliação faz do começo do governo Dilma Rousseff?
É prematura qualquer avaliação definitiva. Mas questões e dificuldades da economia persistem. Chamo a atenção para anomalias de um juro real elevado, carga tributária grande em comparação às economias emergentes e problema sério de competitividade associado à precariedade da infraestrutura. E a tendência forte da apreciação do câmbio. A combinação desses elementos é perversa. Não há sinais de como isso será atacado.
Com ‘Lei Tiririca’, começa reforma política ‘possível’
A proposta de reforma política que começa a ser debatida no Congresso, a partir de terça-feira, deve aprovar uma mudança radical na eleição de deputados.
Há uma grande chance de os partidos condenarem à morte o atual sistema proporcional, baseado em coeficiente eleitoral. No lugar entraria o voto majoritário simples. Traduzindo: quem tem mais votos é eleito.
Hoje, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação. Levando em conta esse resultado, o partido tem direito a um número de eleitos, mesmo que alguns tenham menos votos que outros candidatos.
O Globo
Que tipo de voto?
A partir de terça-feira vai começar uma nova batalha entre PT e PMDB no Congresso, na Comissão do Senado presidida pelo senador do PP do Rio Francisco Dornelles que vai debater a reforma política. A disputa básica é entre o voto em lista, com financiamento público de campanha, defendido pelo PT, e a adoção de uma espécie nativa de voto distrital, o “distritão”, que tem o apoio do vice-presidente Michel Temer.
No voto em lista, o partido escolhe os candidatos, os coloca em uma ordem de preferência, e o eleitor vota na legenda partidária. Serão eleitos os primeiros da lista, até preencher o número de cadeiras a que o partido tem direito pelo quociente eleitoral. Já no “distritão”, cada estado transforma-se em um imenso distrito eleitoral. Se um estado tem direito a eleger 40 deputados, os 40 mais votados entram na Câmara.
Com mais de 3 mil projetos de reforma política já apresentados, e cerca de 5 mil pareceres, o problema dos senadores será chegar com objetividade a até 10 tópicos relacionados com a reforma política, e discutir quais são os pontos em que é possível chegar-se a uma proposta.
Governo dará bolsa a 30 mil dependentes de presos
O governo federal deverá pagar este ano cerca de R$ 210 milhões para parentes de presos contemplados com o auxílio-reclusão. O benefício é uma ajuda de custo a quase 30 mil dependentes de presos de baixa renda que contribuíam para a Previdência Social, antes de cometer o crime.
O valor médio é de R$ 594,28, acima do salário mínimo de R$ 545 aprovado esta semana pelo Congresso. A bolsa é paga há 50 anos pela Previdência Social, mas causa polêmica.
Nesta semana, o assunto começará a ser discutido na Câmara dos Deputados. O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentará projeto que proíbe a concessão do benefício para presos condenados por crimes hediondos como estupro e homicídio.
Dirceu usa PT em busca de poder no governo
Ao mesmo tempo que se mobiliza por uma reabilitação política, o ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu tenta usar o partido para voltar a ter influência no governo Dilma Rousseff. E com isso, retomou nos bastidores um enfrentamento político com o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci.
Segundo aliados, Dirceu quer unir forças no PT para fazer um contraponto. A articulação de Dirceu nas últimas semanas foi resultado da insatisfação de setores do PT, que estão contrariados com a influência de Palocci no governo e com o espaço reduzido que a presidente Dilma tem dado à chamada "velha guarda petista".
Junto com o movimento de reabilitação depois do escândalo do mensalão, deputados e integrantes do comando petista tentam se fortalecer no governo. Durante a campanha presidencial, a expectativa desse setor do PT era de que o partido mandaria mais no governo Dilma do que no governo Lula, como chegou a revelar o próprio Dirceu num encontro com sindicalistas na Bahia.
Vitória na votação do mínimo não tranquiliza aliados e governo agora teme os insatisfeitos
Essa primeira vitória de Dilma Rousseff, entretanto, não tranquiliza a cúpula do governo. Há entre os articuladores a certeza de que o "troco" prometido pelos insatisfeitos pode vir a qualquer momento.
Tendo enfrentado algumas derrotas como líder do governo Lula na Câmara, como na questão dos royalties e do reajuste de 7,7% para aposentados em 2010, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) não escondia a satisfação com a nova sistemática adotada pelo Palácio do Planalto.
"O resultado da votação foi extremamente positivo para o governo. Foi impressionante a votação do governo. O PMDB demonstrou lealdade e força. É uma segunda lua de mel (com o governo)", disse Vaccarezza.
Para cada concursado na Petrobras existem 3,6 funcionários terceirizados, 80% em situação irregular
Embalada pelo aumento da produção e dos negócios, a Petrobras turbinou a contratação de funcionários terceirizados e está usando esse tipo de mão de obra de forma irregular em atividades estratégicas e de alto risco, como a fiscalização de serviços de prospecção de petróleo nas plataformas em alto-mar.
Enquanto amplia a atuação dos terceirizados, trava uma batalha com o Ministério Público do Trabalho, por meio de recursos na Justiça, empurrando decisões judiciais que determinam a substituição desses trabalhadores por funcionários concursados nas chamadas atividades-fim.
Os terceirizados chegam perto de 300 mil funcionários em todo o sistema. Com base em cálculos do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas da União (TCU), conclui-se que em torno de 80% estão em situação irregular, exercendo atividades-fim que só poderiam ser executadas por concursados, segundo determina a Constituição, no artigo 37.
Grampo da PF revela que, antes da ocupação do São Carlos, policial civil recebeu ordem de quadrilha e transferiu armas para a Rocinha
No último dia 6, um domingo de muito sol e praia no Rio, forças de segurança estaduais e federais levaram menos de duas horas para ocupar, sem tiros, nove favelas do Complexo do São Carlos, no Estácio, e de Santa Teresa, com o objetivo de implantar três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Mas foi uma movimentação inesperada, na madrugada do dia 2, que agitou os corredores da Polícia Federal do Rio, na Praça Mauá: um policial civil, que consta da folha de pagamento da quadrilha do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefão da venda de drogas na Rocinha, foi acordado em casa por um telefonema e recebeu uma ordem.
Plantações de maconha invadem áreas da Floresta Amazônica no interior do país
No último maciço de Floresta Amazônica em direção ao interior do Brasil, na divisa dos estados do Pará e do Maranhão, a ilegalidade prospera e dilapida o que deveria ser um santuário ecológico.
O mosaico formado pela Reserva Biológica do Gurupi (MA) - área de preservação permanente - e três terras indígenas é povoado por madeireiras; agora, o Ibama identificou que o plantio de maconha também ressurge na área, após anos de trégua.
Agências reguladoras deixam de arrecadar pelo menos R$ 2,2 bi em multas aplicadas às empresas
Milhares de brasileiros sofreram com o apagão aéreo entre 2006 e 2007, mas até hoje ainda falta analisar infrações cometidas na época pelas empresas do setor. Em novembro de 2009, milhões de lares ficaram sem luz, acarretando inúmeros prejuízos aos consumidores. No entanto, a companhia responsável pela geração de energia elétrica, a estatal Furnas, ainda não pagou a multa que recebeu.
Em um verdadeiro ambiente de impunidade, levantamento feito pelo GLOBO revela que, entre 2005 e 2010, as seis principais agências reguladoras de setores essenciais como saúde, petróleo, energia, aviação, telecomunicações e transportes deixaram de arrecadar pelo menos R$ 2,2 bilhões em multas aplicadas às empresas. Ou seja, 70% do total. Cobraram R$ 3,1 bilhões, mas receberam apenas R$ 969 milhões.
Governo tem projeto para mudar a caderneta
Apesar do armamento pesado usado pela equipe econômica para segurar a inflação - como a alta dos juros e um corte recorde de R$ 50 bilhões no Orçamento - a equipe econômica continua preocupada e tem na mira um fantasma que ainda ronda o país: a indexação.
O primeiro passo para tentar acabar com esse problema será enviar ao Congresso Nacional ainda este ano uma proposta que modifica a remuneração da caderneta de poupança, fixada hoje em Taxa Referencial (TR) mais 6%.
O assunto, no entanto, é polêmico. Tanto que, em 2009, quando os juros estavam em 10,25% ao ano, com possibilidade de baixarem para um dígito, o governo ficou preocupado e apresentou uma proposta que previa a cobrança de Imposto de Renda (IR) para depósitos acima de R$ 50 mil.
Região Serrana sofre com crédito emperrado
Devastada pela tragédia de janeiro, a Região Serrana do Rio vive um aumento do número de negócios em busca da formalização. A onda de regularização de microempreendedores, com faturamento anual de até R$ 36 mil, foi captada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ), mas contrasta com a burocracia encontrada por quem busca crédito.
- Soubemos que alguns bancos estão pedindo licenciamento ambiental para liberar empréstimo para capital de giro - afirma o gerente de Infraestrutura da Firjan, Cristiano Prado. A Caixa Econômica Federal confirma a exigência para empresas dos ramos de madeira, química, borracha, papel e celulose.
Folha de S. Paulo
Deputados usam verba de gabinete para pagar parentes
Três deputados estaduais paulistas repassaram a familiares no ano passado parte do dinheiro que seus gabinetes na Assembleia Legislativa recebem para apoiá-los no exercício de seus mandatos.
Os três usaram a verba para cobrir despesas com o aluguel de imóveis que pertenciam a seus parentes e onde eles dizem ter mantido escritórios no interior do Estado.
Cada deputado estadual de São Paulo teve direito em 2010 a uma verba de até R$ 20,5 mil para manter escritórios políticos fora da Assembleia, encomendar estudos e contratar consultorias, entre outras despesas.
Levantamento feito pela Folha mostra que no ano passado os 94 deputados estaduais paulistas gastaram R$ 17 milhões dos R$ 23 milhões que seus gabinetes estavam autorizados a utilizar com esse tipo de despesa.
Deputados negam uso irregular de verba
Os deputados Pedro Tobias (PSDB), Roberto Massafera (PSDB) e Eli Corrêa Filho (DEM) afirmaram que não veem irregularidade nem desvio ético em repassar a verba de gabinete da Assembleia Legislativa de São Paulo para pagar seus familiares.
Tobias disse que durante anos usou o imóvel da família gratuitamente, mas, quando seu irmão morreu, decidiu pagar R$ 1.000 pelo espaço para cada um dos três sobrinhos, herdeiros do local onde funcionava seu escritório em Bauru.
Sucessão de escândalos torna opinião pública condescendente com desvios
O caso das verbas de gabinete dos deputados estaduais se soma a uma série de outras passagens pouco edificantes do noticiário. Cartões corporativos, atos secretos do Senado, aposentadorias vitalícias de governadores que ficaram poucos dias no cargo, vereador usando sua verba de gabinete para contratar empresa da própria mulher. E por aí vai.
Escândalo bom é escândalo novo -e é muito provável que, já na semana que vem, os meios de comunicação divulguem alguma nova irregularidade no poder público.
Duas tetranetas de Tiradentes desistem de pedir superpensão
As duas tetranetas de Tiradentes que pretendiam pedir pensão especial do governo pela morte do mártir da Inconfidência disseram que desistiram de reivindicar o benefício. Uma delas, Carolina Menezes Ferreira, 67, argumentou que o pedido traria "muito desgaste".
No último dia 26 de janeiro, a Folha revelou que as irmãs Carolina e Belita Menezes Benther, 71, queriam pedir a pensão. Uma outra irmã delas, Lúcia de Oliveira Menezes, 65, já recebe o benefício graças a uma lei de 1996.
Aécio quer aproximar PSDB de sindicatos
O encontro com representantes das centrais sindicais na semana passada foi o ensaio de uma estratégia mais ampla do PSDB para tentar obter uma interlocução com as entidades trabalhistas.
O diagnóstico é que, para voltar ao poder, o partido precisa ampliar sua base social e romper o monopólio do PT junto às centrais sindicais -que, além de reunirem expressivo número de filiados, dispõem de ampla estrutura de propaganda política.
A aproximação com os sindicatos faz parte do projeto do senador Aécio Neves (MG) para tentar se cacifar para a eleição presidencial de 2014.
O principal alvo dos tucanos é a Força Sindical, ligada ao PDT do ministro Carlos Lupi (Trabalho) e de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Politização e verba escassa freiam renovação militar
De um lado, 36 caças modernos e uma conta que não sai por menos de R$ 10 bilhões. Do outro, oito carcaças estocadas no deserto do Arizona de um avião dos anos 1960, arrematadas por R$ 390 mil. Incomparáveis, os dois negócios ajudam a resumir problemas da modernização militar do Brasil.
Desde que começou a buscar espaço internacional comparável à sua crescente estatura econômica, e principalmente após descobrir um mar de petróleo sob a camada do pré-sal em 2007, o Brasil colocou em sua agenda a necessidade de ter Forças Armadas compatíveis às suas pretensões.
Defesa aérea frágil é principal problema
O poderio militar brasileiro está obsoleto, mas também não tem ameaças imediatas ou competidores avançados na região. Sofre gravemente em setores como defesa aérea, mas tem algumas ilhas de excelência.
Fonte: Congressoemfoco
Há dois focos usados para justificar o reequipamento: a defesa do pré-sal e a Venezuela. Nos últimos anos, muito se falou do alinhamento de Hugo Chávez com a Rússia, que passou a lhe fornecer equipamento militar.
Os mais vistosos negócios são a aquisição de 24 caças Sukhoi-30, os mais poderosos do continente, e sistemas antiaéreos de ponta.
Lula e seu "populismo racional"
A POLÍTICA DA "metamorfose ambulante" ganhou um novo rótulo. Num trabalho monumental de exaltação da burguesia, a economista americana Deirdre McCloskey faz uma breve referência a Lula, classificando seu governo como "populismo racional" e arriscando o palpite de que, dentre os Brics, o Brasil tem a melhor base política para sustentar seu desenvolvimento.
McCloskey publicou o segundo volume de uma série de seis, para demonstrar a seguinte tese: a partir do século 18, o mundo entrou num espetacular e inédito ciclo de progresso porque foi nessa época que os burgueses empreendedores e inovadores começaram a livrar-se das cangas do Estado e dos preconceitos.
Comércio internacional e poupança tiveram alguma importância, mas não foram novidades, muito menos decisivos. (A taxa de poupança da Inglaterra em 1800 era baixa.)
Assembleia tem tantos servidores que é incapaz de comportar todos
Levantamento feito no quadro de funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná apontou que nem todos os funcionários do serviço médico da Casa poderiam caber no local destinado a essa repartição na instituição.
Uma área de 30 m2, com uma recepção interligada a uma sala, era destinada ao trabalho de 44 pessoas consideradas do quadro efetivo.
A direção-geral da Casa reconheceu, por meio da assessoria, que, se todos resolvessem aparecer num mesmo dia para trabalhar, faltaria espaço para acomodar mais de dois terços dos funcionários.
Corregedoria arquiva caso de abuso contra escrivã
A Corregedoria da Polícia Civil arquivou o inquérito que investigava dois delegados suspeitos de abuso de autoridade na prisão de uma escrivã, no 25º DP, no bairro de Parelheiros (zona sul).
Conforme a denúncia, os policiais Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, ambos da Corregedoria, tiraram a calça e a calcinha da escrivã. Ela era investigada sob suspeita de receber propina. Um vídeo divulgado pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio (www.pannunzio.com.br) mostra que, na prisão em flagrante, os delegados determinaram que ela tirasse a roupa para checar se havia escondido dinheiro de propina na calcinha.
Meta do governo é evitar crescimento abaixo de 4%
Apesar da previsão oficial de crescimento econômico de 5% neste ano, o governo Dilma já trabalha reservadamente com um número menor, de 4,5%, como cenário mais provável diante das medidas adotadas para evitar que a inflação rompa o teto da meta, de 6,5%.
Dentro do Palácio do Planalto, o maior temor é que o desempenho da economia, por conta da alta de preços e do ambiente externo, seja ainda pior, ficando abaixo de 4%. Alguns analistas do mercado financeiro revisaram suas projeções e estimam crescimento de 3,9%.
Medida que prejudique o crescimento será adiada
A presidente Dilma Rousseff, segundo assessores, orientou sua equipe a evitar medidas que possam derrubar o crescimento da economia além do necessário, como ocorreu durante o primeiro mandato do governo Lula.
Por esse motivo, ela decidiu segurar a adoção de novas medidas nas áreas de contenção de crédito e de apreciação cambial nos primeiros meses de governo, marcando para março uma reunião de avaliação sobre o cenário econômico.
A seu pedido, a equipe econômica elaborou um conjunto de medidas nessas duas áreas levando em conta o aumento da inflação e do endividamento das famílias.