Folha de S.Paulo
Marcos Cláudio Lula da Silva, 39, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu ontem devolver o passaporte diplomático que recebeu do Itamaraty.
"Devolvo o antigo também, sem nenhuma escrita nele, branco como chegou", afirmou pelo Twitter.
O documento foi concedido a, além de Marcos, Luís Cláudio Lula da Silva, 25, também filho do ex-presidente, e um neto de Lula que tem 14 anos.
O bispo Romualdo Panceiro, segundo na hierarquia da Igreja Universal, também obteve o passaporte.
Decreto prevê a concessão de passaporte especial a presidentes, vices, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros dos tribunais superiores e ex-presidentes.
O Itamaraty justificou o benefício aos quatro com base em item do decreto 5.978/ 2006 que permite concessão em caráter excepcional "em função do interesse do país".
Marcos disse que não usou o passaporte durante o governo Lula. "Nunca usamos em oito anos de governo democrático e nem usaremos", afirmou, no Twitter. Ele atacou a imprensa e a a "Folha de S.Paulo", que divulgou a notícia,. "O fato real é não ler esses artigos ridículos da 'Folha de S.Paulo' e deixar só os jumentinhos continuarem crendo e seguindo... Minoria sempre."
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu oficialmente que o Itamaraty forneça a lista de todas as pessoas que detêm o passaporte diplomático "em caráter excepcional". O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, fez um apelo para que os dois filhos do ex-presidente Lula devolvam os passaportes que receberam dois dias antes do fim do governo. Cavalcante afirma que irá à Justiça caso os passaportes não sejam devolvidos.
O próprio Lula pediu a concessão dos passaportes.
Para o presidente da OAB, as decisões ferem o princípio constitucional da "isonomia". "Há uma clara confusão entre o público e o privado neste país desde a colônia. Os passaportes têm de ser devolvidos para evitar mais constrangimento ao ex-presidente", afirma.
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