Folha de S.Paulo
NOVA YORK -- Um dia após Brasil, Turquia e Irã selarem um acordo para destravar o impasse nuclear envolvendo o país persa, os EUA apresentaram a sua proposta para impor novas sanções contra Teerã, com o apoio dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (França, Reino Unido, Rússia, China) e a Alemanha.
O Irã se comprometeu na segunda-feira a enviar parte de seu urânio para ser enriquecido no exterior. Em reunião de quase duas horas ontem, os países ocidentais concordaram em apresentar ao conselho um texto que impõe medidas duras ao Irã, caso o país não cumpra as exigências da AIEA (agência de energia atômica da ONU).
A embaixadora brasileira nas Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, deixou o encontro após cerca de 40 minutos para dizer a jornalistas brasileiros que o país "não vai se engajar na discussão nesse momento".
Recusando-se a repetir as suas colocações em inglês --para jornalistas estrangeiros--, Viotti afirmou que "há uma nova situação, a proposta [apresentada ontem], e o momento é de diplomacia". "O Brasil tem condições de continuar as negociações", disse a embaixadora.
Mais cedo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em sessão na Comissão de Relações Exteriores do Senado, comemorou o apoio da Rússia e da China, os membros do conselho (com direito a veto) mais relutantes em recorrer às sanções. "Não acreditamos que tenha sido coincidência que o Irã tenha aceitado o acordo no momento em que nós nos preparávamos para progredir."
Fonte: Agora